Guerra Israel-Hamas alterna tréguas e retomadas de ataques; veja linha do tempo das negociações

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GABRIEL BARNABÉ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Prestes a completar dois meses em vigor, o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas ruiu nesta terça-feira (18), após ataques aéreos das forças israelenses matarem ao menos 400 pessoas na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde em Gaza, controlado pela facção terrorista. O vaivém de tréguas e agressões é resultado de uma série de acusações de ambos os lados.

Desde que o conflito eclodiu, em 7 de outubro de 2023, este foi o maior período sem ataques sistemáticos. Como previa o acordo firmado em 15 de janeiro e iniciado quatro dias depois, 25 reféns israelenses foram libertados e 8 corpos de sequestrados foram devolvidos em troca de cerca de 2.000 prisioneiros palestinos.

Com o fim da primeira fase desse acordo, em 1º de março, o governo de Binyamin Netanyahu e o Hamas permaneceram em um limbo de denúncias e queixas que impediu o início de uma segunda etapa da trégua. Relembre a seguir os principais momentos das negociações.

21.NOV.23 | ISRAEL E HAMAS SELAM PRIMEIRA TRÉGUA

Quase um mês e meio depois dos ataques de 7 de Outubro, o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas fecharam o primeiro grande acordo do conflito. Em uma semana de trégua, a facção devolveu 105 reféns -israelenses, cidadãos com dupla nacionalidade, tailandeses e 1 filipino. Tel Aviv, em troca, libertou 210 prisioneiros palestinos.

19.JAN.25 | NOVO CESSAR-FOGO ENTRA EM VIGOR

Depois de meses de negociação, com intermediação de nações vizinhas, começava o mais longevo acordo de cessar-fogo. A primeira fase previa a libertação de 25 reféns vivos e a devolução de 8 mortos em troca de cerca de 2.000 prisioneiros palestinos. As trocas foram feitas em nove rodadas, de 19 de janeiro a 26 de fevereiro -os números previstos foram cumpridos.

27.FEV.25 | ISRAEL DIZ QUE NÃO SAIRÁ DE CORREDOR FILADÉLFIA

Após o fim do primeiro período de trocas, o governo israelense ignorou os termos subsequentes do acordo e anunciou que o Exército de seu país permaneceria indefinidamente no corredor Filadélfia, uma faixa estratégica na fronteira entre Gaza e Egito.

1º.MAR.25 | FIM DA PRIMEIRA FASE DO ACORDO

No dia em que a primeira etapa do acordo expirou, o Hamas rejeitou a proposta de Israel para estender essa fase inicial. As negociações para a implementação da segunda parte da trégua deveriam ter começado no início de fevereiro, mas não ocorreram. Israel, com apoio dos EUA, quis impor mudanças.

Com a recusa de Tel Aviv em cumprir a retirada de tropas do corredor Filadélfia, os lados não chegaram a um consenso.

2.MAR.25 | ISRAEL SUSPENDE AJUDA HUMANITÁRIA EM GAZA

Com o intuito de pressionar o Hamas para avançar nas negociações dos próximos passos no cessar-fogo, o governo de Israel suspendeu a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e fez novas ameaças em caso de recusa à proposta dos Estados Unidos -de estender os termos da primeira fase por pelo menos mais um mês e meio.

8.MAR.25 | ATAQUE AÉREO ISRAELENSE NO SUL DE GAZA

Um ataque aéreo de Israel matou dois palestinos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O bombardeio ocorreu em meio às tentativas de estender o frágil cessar-fogo. Tel Aviv disse que mirou um grupo de supostos terroristas operando perto de tropas no norte de Gaza. Segundo Israel, eles estariam instalando um dispositivo explosivo no solo.

9.MAR.25 | ISRAEL PAUSA VENDA DE ENERGIA ELÉTRICA

O ministro da Energia de Israel, Eli Cohen, afirmou ter instruído a fornecedora de energia do país a não vender eletricidade para a Faixa de Gaza como forma de pressionar o Hamas a libertar mais reféns. Ainda que tivesse pouco impacto, uma vez que Tel Aviv já havia cortado o fornecimento no início da guerra, a medida afetaria uma estação de tratamento de águas residuais.

14.MAR.25 | HAMAS ACEITA LIBERTAR MAIS PARA AVANÇAR COM CESSAR-FOGO

O Hamas anunciou que estava disposto a libertar um refém israelo-americano e entregar os corpos de outras quatro pessoas com dupla nacionalidade como parte do esforço para avançar nas negociações de trégua com Israel. O grupo afirmou que “respondeu positivamente” à proposta apresentada pela equipe de negociação. O gabinete de Netanyahu, por sua vez, disse que a facção estava envolvido em “manipulação e guerra psicológica” e que não havia cedido um milímetro nas conversas.

17.MAR.25 | ISRAEL VOLTA A ATACAR GAZA, E TRÉGUA COLAPSA

O Exército de Israel realizou uma série de novos ataques a alvos do Hamas na Faixa de Gaza, indicando o fim do frágil cessar-fogo. A operação, segundo as forças armadas, vai continuar e se expandir além dos ataques aéreos.

A Casa Branca afirmou ter sido consultada e apoiou Netanyahu, pois “o Hamas escolheu a guerra” -depois da declaração, o grupo palestino chamou os Estados Unidos de “parceiros no genocídio”. Com o colapso do cessar-fogo, existe a expectativa de novas ofensivas terrestres em território palestino, já que militares israelenses ordenaram a retirada de moradores de determinadas áreas em Gaza.

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