Vereadores de Guapó aprovam auxílio-alimentação três meses após aumento de salário; “Vou doar cestas básicas”, justificam

A Câmara Municipal de Guapó aprovou por unanimidade um auxílio-alimentação de R$ 1.600 para os vereadores, causando revolta entre a população e os servidores municipais. A medida foi sancionada no Projeto de Lei 001/2025, aprovado por todos os 11 parlamentares do município, que já haviam garantido um aumento de R$ 2.000 nos salários há três meses.

A decisão de aumentar os rendimentos dos parlamentares em meio a uma grave crise social e econômica no município levanta questões sobre os valores da administração pública. Servidores da Prefeitura de Guapó pedem por valorização, plano de cargos e salários.

O presidente da Câmara, Lindomar Alves de Paula (UB), se recusou a falar sobre o assunto. Rodrigo Martins Batista (PRD), um dos vereadores que votou a favor da medida, justificou a aprovação do auxílio dizendo que pretende utilizar o valor para ajudar as famílias carentes da cidade.

“Eu vou transformar esse dinheiro em cestas básicas e ajudar as famílias necessitadas, pagar medicamentos, porque é algo que já venho fazendo”, afirmou, tentando vincular o benefício a uma ação social de seu mandato.

Em relação ao reajuste salarial de R$ 2.000 a partir de janeiro de 2025, aprovado anteriormente pela gestão passada, Rodrigo afirmou que os vereadores atuais não tiveram controle sobre o aumento. “Esse reajuste não foi algo que fizemos, foi aprovado pelos vereadores do mandato passado”, explicou.

Wellington Alves Camargo (PL), outro parlamentar que defendeu a aprovação do auxílio, também justificou que o benefício concedido ao seu mandato seria destinado para ajudar os mais necessitados da cidade. “O povo aqui em Guapó passa por dificuldades e muitos estão enfrentando fome. Esse auxílio não será apenas para a minha alimentação, mas para ajudar aqueles que realmente precisam”, afirmou.

“Esse auxílio não é apenas para mim, mas para ajudar o próximo. Com ele, posso comprar cestas e gás, mas não seria mais justo que o dinheiro fosse destinado diretamente às pessoas necessitadas?”, diz Wellington sobre seu auxílio-alimentação.

Apesar de afirmarem ter intenção de doar o auxílio-alimentação, os vereadores não estão obrigados a fazê-lo. Os parlamentares também não apresentaram propostas de políticas públicas para combate à fome e à desigualdade.

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