Haddad reforça no X confiança no arcabouço: ‘Estão tentando distorcer o que falei’

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez uma postagem no X nesta segunda-feira, 24, para reforçar a mensagem de que está confortável com os atuais parâmetros do arcabouço fiscal, e que defende reforçá-los. Ele escreveu que houve uma tentativa de distorção de suas declarações em evento promovido pelo Valor Econômico.

“Estão tentando distorcer o que falei agora em um evento do Valor. Disse que gosto da arquitetura do arcabouço fiscal Que estou confortável com os seus atuais parâmetros. E que defendo reforçá-los com medidas como as do ano passado. Para o futuro, disse que os parâmetros podem até mudar, se as circunstâncias mudarem, mas defendo o cumprimento das metas que foram estabelecidas pelo atual governo”, postou o ministro na rede social.

Durante a participação em seminário realizado nesta segunda-feira pelo Valor, Haddad disse que os parâmetros da regra podem ser alterados quando houver maior estabilidade da dívida, inflação e juros. Ele defendeu, porém, que a arquitetura do arcabouço – bem vista por especialistas e agências de risco – não seja alterada.

O ministro deu a declaração ao comentar a fala recente da ministra do Planejamento, Simone Tebet, de que o próximo presidente não conseguirá governar com o atual arcabouço, de modo que, segundo ela, o País tem que aproveitar a janela de oportunidade do ano que vem para avançar num ajuste estrutural das contas públicas.

“Se você projetar no médio e longo prazo, você vai ver que ainda as partes podem não caber no todo do arcabouço. Então, desse ponto de vista, eu comungo com essa perspectiva”, comentou Haddad. “Ninguém discorda que você vai ter que fazer ajustes na máquina. Você está pilotando um carro, você não vai até o seu destino sem parar numa mecânica, sem pôr gasolina. Você vai ter que fazer reparos na máquina para andar bem. Mas eu penso que do ponto de vista da arquitetura, eu estou confortável com o modelo atual”, acrescentou.

Haddad reforçou, durante o evento do Valor, o compromisso com a meta do arcabouço. “Nós vamos continuar perseguindo as metas que foram estabelecidas. Nós confiamos no desenho que foi feito em 2023. Podíamos ter que alterar, isso não teria sido pecado nenhum. O erro é não mudar quando você vê uma necessidade Ninguém é teimoso diante de uma evidência”, declarou.

Ele pontuou que o ambiente criado pelo governo tem rendido bons resultados, sendo assim favorável ao cumprimento da meta. Frisou, contudo, que o ajuste das contas públicas não depende apenas de sua pasta. “Não vai ser um ministério que vai salvar o País. Isso é uma harmonia entre os Três Poderes. Nós dependemos muito do Legislativo para continuar perseguindo essas metas”, assinalou o ministro.

Haddad observou também que o governo poderia ter gasto entre R$ 16 bilhões e R$ 17 bilhões a mais no ano passado se não estivesse mirando o centro da meta, de zerar o déficit das contas primárias. “Eu prefiro responder pelo que eu fiz, para dar uma sinalização do que nós pretendemos fazer”, disse o ministro ao responder se o governo fará, se necessário, bloqueios e contingenciamento para perseguir o mesmo objetivo neste ano.

Estadão Conteúdo

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