Patamares: da praia ao tênis, o destino ideal para prática de esportes

Dá para dizer sem exagero que a orla de Patamares, incluindo a Praia do Corsário, é um dos melhores lugares para praticar esportes em Salvador. E não é só uma modalidade, não – lá, tem espaço para todo tipo de atividade. Entre o antigo clube do Bahia e o Circo Picolino, os esportistas têm à disposição três campos de futebol (um de grama sintética, um de areia e outro arenoso), três quadras poliesportivas, cinco quadras de tênis, uma academia ao ar livre com 20 equipamentos, pelo menos seis quadras de vôlei de praia (que também servem para futevôlei e beach tênis), uma pista de bicicross, ciclovias, um calçadão para corrida e – ufa! – quatro “picos” diferentes de surfe.Com tantas opções, não surpreende que a região atraia tantos atletas amadores, como as categorias de base do Esporte Clube Jacuipense, hoje a terceira força do futebol baiano, atrás de Bahia e Vitória. Sob o sol escaldante do verão baiano, o treinador das divisões de base do clube, Alexandre Santos Ferreira, mais conhecido como Léo, comanda os treinos da garotada, desde o sub-20, passando pelo sub-18, entre outras, todos os dias, das 8h às 12h.

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“Começamos treinando no campo de arenoso e hoje podemos trabalhar aqui, no campo de grama sintética construído pela prefeitura”, conta o treinador, acrescentando que o Jacuipense atua junto às comunidades da Boca do Rio e Pituaçu, inclusive na busca por novos talentos. “Nosso clube é muito conhecido por ser acessível. Essa é uma das nossas grandes forças e foi fundamental para chegarmos à semifinal do Campeonato Baiano este ano”, diz Léo. Segundo ele, além do campo sintético, os garotos mais novos também treinam nos campos adjacentes.Quadras de TênisAo lado dos campos de futebol e das quadras poliesportivas, os amantes do tênis também podem treinar sem custos. Com cinco quadras, o Complexo Tenístico Boca do Rio (CTBR), em parceria com a prefeitura, está oferecendo aulas gratuitas de tênis para crianças e adolescentes. Com um programa que funciona de segunda, quarta e sexta-feira, pela manhã das 8h às 12h e à tarde das 14h às 17h, o projeto tem atraído jovens entre 7 e 17 anos interessados pela modalidade.O tenista amador Heron Oliveira Cortes começou a praticar o esporte por meio de aulas gratuitas e hoje segue jogando nas quadras da região. “É um esporte considerado elitizado, mas, com o tempo, tem se tornado mais acessível. Está sendo cada vez mais praticado por meninos de Patamares, Boca do Rio e Pituaçu, e até gente de outras partes da cidade tem se interessado”, contou Heron à reportagem de A TARDE, entre uma raquetada e outra.Segundo Heron, qualquer pessoa interessada em jogar tênis nas quadras pode fazê-lo, basta se inscrever gratuitamente no Complexo. “Depois de se inscrever, é só agendar um horário ou aparecer nas quadras com raquete, bolas e parceiro, e você pode jogar por uma hora. Se todas as quadras estiverem ocupadas, é só esperar a sua vez”, explica. Heron destaca o clima amigável entre os jogadores, reforçado pela proximidade do mar. “Jogo aqui há muito tempo e realmente existe um grupo bom. As pessoas são respeitosas, e alguns jogam muito bem”, diz ele.Corrida no calçadãoAo lado das quadras de tênis, ficam a ciclovia e o calçadão, onde muitos aproveitam para andar de bike ou correr. O calçadão na orla também atrai clubes de corrida, como o Runners Clube, que recentemente inaugurou uma unidade em Patamares, no Maho Beach Club. A unidade funciona às segundas e quartas-feiras, das 5h às 7h30, oferecendo estrutura completa e equipe especializada para os praticantes da região.O CEO do Runners Club, Carlos Albuquerque, mais conhecido como Chokito, explica que o grupo de corredores sai do estacionamento do Maho Beach Club, e o percurso varia conforme a capacidade física dos praticantes. “O volume do treino é bastante individual, mas a média é de cinco quilômetros. Muitos correm até o Parque dos Ventos (Aeroclube) e retornam ao ponto de partida. No entanto, há treinos que chegam a 12 ou 15 quilômetros”, explica Chokito.Para o treinador, a orla de Patamares ficou ainda melhor para a prática de corrida após a reforma realizada pela prefeitura e inaugurada no ano passado. “Agora, você tem quase um quilômetro e meio sem carros, o que tornou o ambiente muito mais seguro e confortável”, comenta. Outro ponto positivo, segundo Chokito, foi a ampliação das vagas de estacionamento.Ele só lamentou que, no período noturno, a região ainda é inseguro para a atividade esportiva. “O comércio ainda não foi liberado. Então, a gente não tem a opção das barracas desse novo modelo no calçadão. Além de fica muito vazio de pessoas, a iluminação ainda é muito ruim”, avalia. De acordo com ele, têm muitos pontos dessa região que ficam escuros à noite. “É necessário uma iluminação nova”, acredita.Surf e slacklineSe alguém personifica o espírito multiesportivo da orla de Patamares, esse alguém é José Luiz, ou Lindo, como é conhecido na região. Proprietário da barraca de praia Dubai, no Corsário, Lindo, aos 55 anos, continua praticando surf, skate e sua grande paixão: o slackline, esporte que consiste em caminhar, saltar ou realizar manobras sobre uma fita.

José Luiz é proprietário de barraca de praia e continua praticando surf

|  Foto: Clara Pessoa | AG. A TARDE

“Eu praticava numa fita amarrada entre dois eucaliptos, aqui na frente da minha barraca, que o pessoal do Salvamar me cedeu. Hoje, sem os eucaliptos, uso parte de coqueiros derrubados pelo vento aqui na orla para seguir com o esporte e receber os amigos que também curtem”, conta.Lindo destaca a dificuldade das manobras que ele e sua galera fazem no slackline. “Eu pratico uma modalidade chamada trickline”, conta ele. Nessa modalidade, a fita deve ter entre 15 e 20 metros de comprimento e ficar, no mínimo, a 60 cm do chão. Mais radical, Lindo costuma deixar a fita a 1,5 metro do chão. “A gente faz salto, giro, até mortal na fita”. O fato de praticar o esporte na praia também ajuda, já que a areia amortece o impacto das quedas.Quando o mar está bom, no entanto, Lindo quer mesmo estar dentro d’água, onde costuma se encontrar com seu cliente e parceiro de surf, o artista plástico João Alberto Moura, o Beto. Aos 62 anos, mas com aparência de bem menos, Beto pode ser encontrado no Corsário todos os dias que dá ondas. Isso acontece desde os tempos em que morava no outro lado da cidade, no Campo Grande. “Eu trabalhava com Mário Cravo, no Parque de Pituaçu. Guardava minha prancha num container que ficava no parque e chegava lá às 5h30 para poder surfar”, conta ele.’Quatro picos’Segundo Beto, apesar de parecer uma única praia para quem não conhece, a região do Corsário tem quatro picos para a prática do surf. Os locais com ondas mais constantes ficam em frente ao antigo Edifício Califórnia e na área da escada, conhecida como “Escadinha”. Quando as ondas estão maiores, dois outros picos ganham destaque: o Alex, nomeado assim por ficar em frente à antiga churrascaria de mesmo nome, e o Rock Point, inspirado em uma praia do Havaí, localizado na foz do rio, em frente ao antigo clube do Bahia.Apesar da variedade de picos, a qualidade das ondas do Corsário não é mais a mesma, na opinião do empresário Juarez Bispo, fabricante das pranchas de surf JB. Ele acredita que a construção do emissário submarino da Praia dos Artistas, inaugurado em 2011, tenha sido a responsável por essa mudança. “As ondas mudaram completamente depois do emissário, e isso é unânime entre os surfistas”, afirma. Juarez acredita que a intervenção na bancada durante a construção do equipamento pode ter sido a causa dessa alteração.Juarez destaca uma característica marcante da Praia do Corsário: ela sempre foi frequentada majoritariamente pelos surfistas da região. “A praia do Corsário sempre foi mais frequentada pela galera do bairro, o que ajudou a criar um forte sentimento de comunidade. Pena que isso foi se perdendo”, lamenta ele, nostálgico. Apesar das mudanças na região, que podem agradar uns e desagradar outros, o fato é que o trecho que vai da praia do Corsário até o Circo Picolino continua sendo o local ideal para a prática de atividades esportivas.DICAS PARA QUEM QUER COMEÇARTênisPara começar no tênis, é essencial escolher um bom professor, ter o material certo e treinar com regularidade. Use um tênis adequado, roupas confortáveis e uma raquete com cabeça balanceada. No início, fortaleça os músculos, faça aulas particulares e depois treine em grupo para ganhar experiência. Jogue com diferentes adversários, use o paredão e desafie-se para evoluir. Além disso, cuide da alimentação, mantenha a hidratação e foque na concentração durante os jogos.CorridaComeçar a correr envolve iniciar com caminhadas de 30 a 40 minutos, especialmente para quem está sedentário ou com sobrepeso. A recomendação é fazer isso de duas a três vezes por semana, com uma intensidade moderada, entre 60% e 80% da frequência cardíaca máxima, por três a quatro semanas. Depois, é hora de alternar caminhadas com trotes leves e, gradualmente, aumentar a resistência até conseguir correr por 30 a 40 minutos. Sempre busque a orientação de um profissional e utilize um bom tênis para garantir a segurança e evitar lesões.SurfPara quem quer começar a surfar, o ideal é começar com aulas para aprender o básico, como posicionamento na prancha e técnica de remada. No início, é importante escolher um local com ondas pequenas e calmas para ganhar confiança. Pratique sempre com segurança, respeitando seus limites e o mar. Aos poucos, você pode ir aumentando a dificuldade, enfrentando ondas maiores e treinando manobras. É essencial usar uma prancha adequada para iniciantes e, claro, estar sempre com a orientação de um instrutor para um aprendizado seguro e eficiente.SlacklineSe você está começando no slackline, a dica é começar com a fita bem baixa, perto do chão, para poder se concentrar no equilíbrio e ganhar confiança. Foque em caminhar de um lado ao outro, mantendo os olhos fixos à frente e evitando olhar para os pés. No início, pode ser difícil, mas a prática constante vai ajudar a melhorar a técnica. À medida que for ganhando estabilidade, você pode aumentar a altura da fita. Sempre use equipamentos de boa qualidade e, se possível, busque a orientação de praticantes experientes para evitar lesões e acelerar seu aprendizado.FutebolFoque em atividades que ajudem a melhorar o condicionamento físico e a coordenação motora para começar a jogar bola. Inicie com treinos de resistência, como corridas curtas e intensas, além de exercícios de controle de bola e passes. Trabalhe também o fortalecimento muscular para evitar lesões. Participar de treinos em grupo, mesmo que informais, é uma ótima forma de ganhar experiência e se acostumar com a dinâmica do jogo. Usar chuteiras adequadas e ter o acompanhamento de um treinador para aprimorar as técnicas é fundamental para evoluir no esporte.

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