Morre Heloisa Teixeira, escritora e imortal da ABL, aos 85 anos

A escritora, acadêmica e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), Heloisa Teixeira, faleceu nesta sexta-feira, 28, aos 85 anos, no Rio de Janeiro. A causa da morte foi complicações de uma pneumonia e insuficiência respiratória aguda.

Ela estava internada na Casa de Saúde São Vicente, na Gávea. Reconhecida como uma das maiores referências do feminismo brasileiro, Heloisa ganhou notoriedade ao repensar conceitos sobre cultura, gênero e inclusão.

Em julho de 2023, aos 83 anos, tomou uma decisão marcante: aposentou o sobrenome Buarque de Hollanda, herdado do ex-marido, e adotou o sobrenome materno, assumindo oficialmente o nome Heloisa Teixeira ao tomar posse na ABL.

Nascida em Ribeirão Preto (SP), em 26 de julho de 1939, Heloisa graduou-se em Letras Clássicas pela PUC-Rio e construiu uma sólida carreira acadêmica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com mestrado, doutorado e pós-doutorado, foi uma pesquisadora de renome na área de cultura, literatura e estudos de gênero.

Teixeira também dirigiu o Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS/RJ) e criou o Coordenação Interdisciplinar de Estudos Culturais (Ciec), laboratório voltado para pesquisas sobre raça e gênero na literatura.

Obras e legado na literatura brasileira

Heloisa Teixeira escreveu diversas obras fundamentais para a literatura e a crítica cultural no Brasil. Entre seus principais livros estão:

  • “26 Poetas Hoje” (1976)
  • “Macunaíma: da Literatura ao Cinema” (1978)
  • “O Feminismo como Crítica da Cultura”
  • “Marginais Anos 70”
  • “Confissões de uma Mulher Divorciada”

Nos últimos anos, lançou “Rebeldes e Marginais: Cultura nos Anos de Chumbo (1960-1970)”, reafirmando seu compromisso com a reflexão sobre arte, política e sociedade. Eleita em abril de 2023 para a cadeira de número 30 da ABL, sucedendo Nélida Piñon, Heloisa foi a décima mulher na história da Academia.

Durante sua trajetória, promoveu a diversidade e a inclusão, idealizando projetos como “Machado Quebradeiro”, um curso de formação de escritores periféricos.

Mesmo diagnosticada com câncer de pâncreas em 2024, seguiu ativa, coordenando o ciclo de conferências “Machado de Assis e a Questão Racial”, aprofundando debates sobre as origens afrodescendentes do escritor.

Referência no estudo da cultura e do feminismo, Heloisa Teixeira marcou a literatura brasileira ao unir pensamento crítico e inovação.

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