Rachel Reis promete show especial para Salvador: “Vai ser lindo”

Salvador celebra hoje, 29, 476 anos. Berço de rica herança africana, cidade da música, da fé e dos encontros à beira-mar, a capital baiana comemora sua história com uma programação artística especial.Exposições, cinema, oficinas e grandes shows gratuitos ocupam diferentes pontos da cidade com o objetivo de valorizar a cultura e a história locais. Os festejos começaram no pós-carnaval e vão até segunda-feira, dia 31.Amanhã, 30, a Praça Municipal será palco do espetáculo A Bênção, Salvador!, que celebra a musicalidade baiana. O show reunirá grandes nomes da cena afro-baiana e nacional, como Àttooxxá, Larissa Luz, Sued Nunes, Pabllo Vittar, Cortejo Afro, Russo Passapusso e Rachel Reis, entre outros.”Salvador tem sido o meu ponto de partida e de chegada. Esse sentimento se reflete naturalmente no meu som e nas minhas referências. Vou trazer algumas músicas que não podem faltar no show e cantar junto com meus amigos do Àttooxxá. Vai ser lindo”, destaca a cantora Rachel Reis.O diretor de A Bênção, Salvador!, Gil Alves, destaca a programação como uma verdadeira celebração da capital baiana, ressaltando a diversidade cultural dos artistas da nova cena.“A escolha dos artistas foi pensada como um grande mosaico da cena musical de Salvador e do Nordeste, unindo gerações, diversidade, representatividade, sonoridades e narrativas que refletem a cidade. Cada um deles traz consigo um pedaço de Salvador, seja por meio da sonoridade, da representatividade ou da atitude”, afirma Alves.A programação cultural em comemoração ao aniversário de Salvador teve início logo após o carnaval. E entre as principais atrações estão as exposições Dona Fulô e Outras Joias Negras, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC-BAHIA), e Vitória – Um Corredor de Histórias, no Museu de Arte da Bahia (MAB).Outras mostras incluem Salvador de Outrora – Olhares sobre Salvador: da fundação aos dias atuais, na Biblioteca Anísio Teixeira; Raízes da Cidade, no Arquivo Público; e A Cidade pelo Avesso, na Biblioteca Juracy Magalhães Jr., que aborda a cultura das favelas como espaços de resistência.O cinema também faz parte da programação, com o projeto especial Salvador na Tela, que exibirá filmes e curtas-metragens nacionais em nove bairros de Salvador e Lauro de Freitas até amanhã.Clássicos como Capitães da Areia e Ó Paí Ó 2 compõem a seleção, oferecendo diferentes olhares sobre a cultura soteropolitana. Ainda no MAC, a instalação Muro reunirá 50 artistas da arte urbana local, além de oferecer visitas guiadas e oficinas. Bibliotecas públicas também sediarão palestras sobre a fundação e o desenvolvimento histórico da cidade.O secretário estadual de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, ressaltou a importância de levar arte e história a diferentes públicos com uma abordagem inclusiva, que visa ampliar o acesso a bens culturais, para as comunidades e escolas da capital baiana.“Planejamos uma programação diversa, incluindo exposições, apresentações de dança, sessões de cinema em comunidades e escolas com filmes que retratam a história de Salvador. Nosso objetivo é atrair novos públicos que, muitas vezes, não têm acesso a esses bens culturais, e ao mesmo tempo, promover conhecimento histórico e reflexão”, afirma o secretário.Valorizar a diversidadeNo Centro Histórico, as comemorações começaram ontem com o projeto Amô pelo Pelô, que homenageia a música nordestina e o Axé. Hoje, o largo Pedro Archanjo recebe a festa Na Muvuca, comandada pela drag queen Nininha Problemática, com DJs e música eletrônica que mesclam referências afro-brasileiras e LGBTQIA+. Outros largos do Pelourinho também contarão com atrações, como Maira Menezes e a banda Axé Viva.“Valorizar a diversidade cultural de Salvador — especialmente as identidades e expressões presentes nas comunidades e bairros — é uma maneira de reconhecer essa vocação única da cidade”, destacou Bruno Monteiro.O tradicional centro cultural da cidade será palco de shows imperdíveis, como Roberto, O Imperador, e os Sucessos de Zé Ramalho, e Allyne Araújo – Aquecendo o São João, além de outras apresentações que revisitam a história da música baiana e brasileira, com ênfase nos 40 anos da Axé Music.A festa também inclui uma série de atividades educativas, como aulas sobre a fundação de Salvador e visitas guiadas a exposições, proporcionando aos soteropolitanos e turistas uma experiência rica sobre a cidade e seu legado cultural.“Conseguimos apoiar projetos voltados ao hip-hop — uma linguagem artística que, por muito tempo, não foi sequer reconhecida como tal —, além de iniciativas ligadas às artes visuais, como o grafite e a fotografia. Também temos promovido eventos em espaços públicos, garantindo uma ocupação mais democrática do Pelourinho e abrindo esse patrimônio cultural para diversas manifestações artísticas”, acrescenta Bruno.Amanhã, dia 30, acontece o evento Volta no Dique, promovido pelo Movimento Musical MUDEIdeNOME. O evento que se tornou uma tradição, ocorrerá às 11h, reunindo milhares de pessoas para uma festa de música e cultura. O ‘pranchão’ será comandado por Ricardo Chaves, Ramon Cruz e Jonga Cunha, com a participação especial do cantor Tonho Matéria, que promete agitar a festa com seu estilo autêntico.“Salvador é um dos destinos turísticos mais procurados do país, e isso se deve, em grande parte, à força da nossa cultura. Claro, as pessoas se encantam com as belezas naturais e com a hospitalidade do nosso povo, mas o que realmente as fideliza à cidade e à Bahia é a riqueza cultural que temos”, conclui Monteiro.*Sob supervisão do editor Eugênio Afonso
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