Safra de tabaco é marcada pela superação no campo e na indústria; veja expectativas para o setor

Apesar dos eventos climáticos que afetaram o desenvolvimento de diversas culturas, o tabaco foi o que menos sofreu. Pelo menos é o que tem se apresentado ao chegar nas indústrias, com qualidade e também estimativas de produção da safra 2024/25, que deve ser de quase 200 milhões de quilos a mais que no ano passado. 

A empresa China Brasil Tabacos, de Venâncio Aires, que deve ser a responsável por cerca de 60% do total de tabaco exportado do Brasil para a China neste ano, estima que a produção de 2024/25 deve alcançar 88 milhões de quilos, provenientes dos mais de 23 mil produtores dos três estados do Sul, marca histórica para a empresa. De acordo com o diretor-geral de Operações, Ricardo Jackisch, um dos fatores que contribuíram foi justamente o clima e as precauções a partir do apoio técnico das empresas.

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“A gente não consegue controlar 100%, mas existem métodos agronômicos que permitem minimizar o impacto de um eventual El Niño ou La Niña. E esse é o nosso papel hoje, estarmos preparados e antevendo possíveis problemas climáticos que venham a ocorrer novamente nos três estados”, ressaltou Jackisch. 

O diretor da CBT ainda salientou que para alcançar resultados expressivos a preocupação é com a qualidade e a integridade do tabaco. “Focamos em qualidade, em contratação de bons produtores e expansão da área. O preço é consequência, mas a qualidade depende de nós. Competimos cada vez mais com mercados como o da África, que tem nos afetado e pode afetar ainda mais. Por isso, damos boas condições aos produtores para alcançar qualidade e integridade do nosso produto.”

A expansão de mercado é um dos propósitos da multinacional a curto prazo. “Nos últimos três anos expandiu-se a visão para atender outros mercados e focamos outros clientes ao redor do mundo. Nos estruturamos melhor, com um trabalho diferenciado e integrado entre os mais diversos setores da empresa. E neste ano que passou houve aumento da equipe de vendas para alcançar esses novos clientes, pois a demanda tem sido grande”, destacou o diretor de Operações. 

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Mas Jackisch atentou que o dinamismo do mercado pode afetar as empresas e o produtor. “Hoje a gente pensa muito em estabilidade de produção, em número de produtores, compra de tabaco, processamento e vendas, mas o mercado é muito dinâmico. O nosso mercado brasileiro é muito impactado pela produção em outros países. Então eventual redução ou aumento de produção em outros países pode sim nos afetar”, disse. Segundo ele, o cliente é muito sensível ao preço.

“No momento que você ganha ou perde competitividade, você sim pode ser afetado, refletindo na indústria e junto aos produtores”, alertou. No entanto, Jackich ressaltou que a CBT é menos volátil. “Temos um grande cliente. A China nos dá sustentação em praticamente 60% do nosso tabaco. Então temos essa garantia de vendas de mais da metade da nossa produção. Claro, desde que tenhamos qualidade adequada para atender aos requisitos do cliente chinês.”

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A Afubra, na última semana, divulgou que cerca de 20% da safra já foi entregue na Região Sul do Brasil. O ritmo de compra pelas empresas ainda é considerado lento se comparado a outros anos. Esse ritmo se deve em parte à forma de compra junto aos produtores, que precisa ser feita pelas empresas nas propriedades. Segundo Jackich, isso tem sido um dos desafios para o setor. “É uma situação que não se questiona, pois lei se cumpre. Mas as dificuldades e contratempos são vários, ainda não se tem um plano ideal de como operacionalizar”, frisou. No Rio Grande do Sul, por exemplo, são cerca de 18 mil produtores que precisam ser visitados por cerca de cem orientadores. “Negociar as entregas, e todo esse processo, é muito moroso, deixa o produtor apreensivo, a empresa apreensiva e isso tem travado um pouco o processo.”

CBT na Expoagro Afubra 

Com dois estandes interativos, a China Brasil Tabacos proporcionou uma experiência informativa e de imersão para os visitantes da 23a edição da Expoagro Afubra. 

Os participantes puderam explorar três estações equipadas com totens eletrônicos que apresentaram os processos de recebimento, repasse e processamento do tabaco, permitindo aos visitantes uma compreensão completa do percurso do produto após ser entregue na empresa. 

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No estande da Agronomia a CBT destacou a qualidade do tabaco, com ênfase no tabaco Estilo China. Técnicos especializados da empresa estiveram disponíveis para orientar os produtores sobre boas práticas agrícolas, controle de materiais estranhos e a importância de manter a qualidade do produto. No local foi promovida uma pesquisa sobre a pureza do tabaco, envolvendo centenas de visitantes e aumentando a conscientização sobre a separação de materiais estranhos. 

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