Não vou falar excepcional, Tarcísio é um bom político, assim como tem outros, diz Bolsonaro

MARIANNA HOLANDA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse à Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (28) que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é um bom político, não excepcional, “assim como tem outros pelo Brasil”.

Ele disse ainda que, para ele, o plano B é Bolsonaro. Elogiou outros governadores que disputam o seu espólio eleitoral na direita, como Ronaldo Caiado (Goiás), mas sem reconhecer nenhum deles como sucessor.

“Eu vou até o último momento buscar pela minha possibilidade de disputar a eleição”, disse, confirmando que registrará sua candidatura no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2026, mesmo estando inelegível e com a possibilidade de uma prisão.

Veja trechos da entrevista, concedida na sede do PL em Brasília.

PERGUNTA – O senhor chegou a mencionar uma vez o Eduardo Bolsonaro como uma possibilidade para 2026, um eventual sucessor. Com ele nos Estados Unidos, isso está descartado?

JAIR BOLSONARO – Olha só, há um equívoco da sua parte. Eu estava nessa sala sendo ouvido por uma colega sua da CNN. Ela fez uma pergunta semelhante: ‘Fala o nome’. [Respondi] Eu não vou lançar ninguém. Então ela lançou o Tarcísio, eu falei [minha opinião], [Ronaldo] Caiado, eu falei, [Romeu] Zema, eu falei, Michelle [Bolsonaro], eu falei, Eduardo, eu falei [minha opinião]. Vocês [da imprensa] estão lançando, não fui eu.

Eu não me vejo impedido de forma legal de disputar a eleição. As duas inelegibilidades, uma por se reunir com embaixadores, abuso de poder político, não tem cabimento. É competência minha reunir com embaixadores e não de ninguém do TSE. A segunda, abuso de poder econômico. Quando acabou o 7 de Setembro, eu deixei minha faixa na cadeira e fui para o carro do Silas Malafaia e falei para talvez um milhão de pessoas. Qual a estrutura do 7 de Setembro que eu usei para isso aí? Nenhuma estrutura. Nenhuma.

P – Mas hoje, pela lei eleitoral, o sr. está inelegível. O sr. não considera já anunciar um plano B? Não teme que isso possa eventualmente atrapalhar a candidatura ano que vem?

JB – Eu tenho plano B, Bolsonaro, tá? Eu vou até o último momento buscar pela minha possibilidade de disputar a eleição.

P – Hoje o mundo político vê o Tarcísio como um principal nome numa eventual sucessão do sr. Concorda que ele é um nome mais forte hoje?

JB – Tarcísio é uma excelente pessoa, fenomenal gestor e um muito bom, bom, não vou falar excepcional, um bom político, assim como tem outros nomes pelo Brasil. O Zema tem uma pessoa que fez uma boa gestão lá, o Caiado, o Jorginho Mello, outras pessoas que não estão no cargo executivo, mas despontam. Bons parlamentares por aí. Agora, dentro do PL, devidamente autorizado pelo Valdemar Costa Neto, o candidato sou eu. Até porque uma injustiça é negar a democracia, eu não poder disputar eleições, dado essas duas acusações.

P – E o sr. pretende então se registrar no TSE?

JB – Sim.

P – Como o Lula fez em 2018…

JB – Me compara com o Lula não, por favor. Ele passou condenado por três instâncias por corrupção [as condenações foram posteriormente anuladas]. Eu fui condenado em um tribunal político. Eu acho que ninguém tem dúvida que o TSE é um tribunal político.

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