Justin Timberlake mostra que mantém molho popstar em dia no Lollapalooza 2025, apesar da fase flopada


Cantor fez show no Lolla para exibir o charme do seu auge de carreira, cada vez mais ofuscado diante da pecha de machista. Justin Timberlake se apresenta no Lollapalooza 2025
Luiz Gabriel Franco/g1
Justin Timberlake é um artista de fases. Cantor de boyband, popstar do momento, badboy nos holofotes. Já foi tudo isso e, agora, vive uma era que é metade flopada, metade alvo do cancelamento online. Mesmo assim, ele mantém o dom de showman que o levou à fama. É o que o americano mostrou como headliner no Lollapalooza deste domingo (30).
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A última vez do músico no Brasil havia sido em 2017, no Rock in Rio. Oito anos se passaram desde então e, agora, ele trouxe sua turnê “A Forget Tomorrow World Tour”, baseada em “Everything I Thought It Was”, álbum lançado em 2024 que é um fiasco de audiência (e de aclamação).
Mas o cantor não é bobo. Ele sabe que seu brilho era reluzente no passado — e hoje em dia só surge sob a sombra da pecha de machista que conquistou. Por isso, ele preparou um setlist focado em seus hits de pop e R&B.
O álbum “Justified” (2002) veio em peso. Um mashup de sucessos atemporais também fez o público vibrar: “Ayo Technology”, “Chop Me Up”, “Give It to Me”, “4 Minutes” e “Let the Groove Get In” ficaram juntinhas em uma sequência arrebatadora para levar à parte final, fechado com “SexyBack” e a romântica “Until the End of Time”.
O trecho inicial também foi divertido. O americano entrou ao som de “Mirrors” e logo engatou em outros sucessos.
O cantor surgiu vestido com uma calça largona amarelo neon, jaqueta, óculos escuros e uma bandeira brasileira amarrada na altura da cintura. Chegou com a pose de popstar na qual sempre curtiu exibir.
Justin Timberlake se apresenta no Lollapalooza 2025
g1/Luiz Gabriel Franco
Ele cantou acompanhado do Tennessee Kids, sua banda composta por backing vocals, flautistas, saxofonistas, guitarrista, baterista e baixista. Como de costume, os músicos estavam incríveis — em termos técnicos e de alma.
O gogó de Justin continua em dia. Além de ter um vocal afiado, o músico alinha o talento à escolha de cantar sem base pré-gravada, algo incomum para estrelas do pop como ele, que canta dançando de um lado para o outro do palco.
Justin rebola, gira, faz graça com os pés, se joga para frente e trás, faz coraçãozinho com a mão, toca teclado em algumas faixas. Tudo isso sem prejudicar o vocal. É de se imaginar que sua experiência de quase 33 anos sob holofotes funcione a seu favor — e funciona mesmo.
É verdade, Justin não é o mesmo de antes. Seus passos de dança são mais limitados, mas passam longe de ser sem sal. Dá para dizer que ele adaptou o molho daquele garotinho do ‘N Sync para o homem de hoje, que está com 44 anos.
Com exceção de Bruno Mars, nenhum popstar masculino contemporâneo faz o que Justin mostrou nesse show. Harry styles? Não tem passos coreografados. Justin Bieber? Curte mais seduzir enquanto está com o violão na mão. Lil Nas X? Prefere firulas visuais. Shawn Mendes, headliner do sábado (29)? Foca em ser o bom moço da fofura. E por aí vai.
Não foi à toa que Timberlake foi por várias vezes comparado a Michael Jackson. Ele curte se sentir a grande estrela do palco e brincar com isso, ao tentar o máximo de artimanhas possíveis.
Originalmente, a turnê “Forget Tomorrow World Tour” tem uma cenografia muito superior àquela que vimos no Lolla. Um enorme monolito de LED fica no centro do palco e serve para Justin “flutuar” sobre a plateia. Mas isso ficou de fora do show brasileiro. Um tipo de mudança comum em turnês de megaestruturas, já que transportá-las para alguns festivais nem sempre é viável.
A ausência do monolito, porém, empobreceu a estética visual. O jogo de luzes ainda sustentava o charme, mas nada demais.
Mas isso não foi grande problema para o público, que saiu do show eletrizado.
Cartela resenha crítica g1
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