Cardiologista esclarece os principais pontos sobre o cateterismo

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Conforme o cardiologista Bruno Gustavo Chagas (CRM-RO 4359 e RQE 1140), o cateterismo cardíaco é um procedimento invasivo que envolve a inserção de um cateter (tubo fino e flexível) em um vaso sanguíneo periférico (geralmente artéria radial no punho direito ou femoral na virilha direita) e sua progressão até o coração. Ele pode avaliar a anatomia e a função cardíaca ou realizar intervenções como angioplastia — desobstrução da artéria com a insuflação de um balão ou implante de stent (dispositivo de metal). O especialista comenta que as indicações clínicas para a realização do cateterismo incluem:

Doença arterial coronariana: avaliação da presença e gravidade de obstruções nas artérias coronárias.

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Cardiologista esclarece os principais pontos sobre o cateterismo

Valvopatias: avaliação da função das válvulas cardíacas e quantificação da gravidade de estenoses (defeitos de abertura da válvula) ou insuficiências valvares (defeito na abertura da válvula).

Cardiomiopatias: avaliação da função ventricular e diagnóstico de cardiomiopatias restritivas ou hipertróficas.

Doenças congênitas: diagnóstico e avaliação de defeitos cardíacos congênitos.

Avaliação pré-operatória: avalia a anatomia coronariana em pacientes que serão submetidos à cirurgia cardíaca.

Investigação de dor torácica: diagnóstico diferencial de dor torácica de origem cardíaca.

Segurança

Segundo o cardiologista, o cateterismo cardíaco é um procedimento geralmente seguro, com taxas de complicações baixas. No entanto, como todo procedimento invasivo, apresenta riscos que devem ser cuidadosamente avaliados e gerenciados. “A taxa de complicações maiores (morte, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral) é inferior a 1% em procedimentos diagnósticos e pode ser ligeiramente maior em procedimentos terapêuticos, como a angioplastia”, aponta.

Complicações comuns

Sangramento: no local da punção (geralmente artéria radial ou femoral).

Hematoma: acúmulo de sangue sob a pele no local da punção.

Pseudoaneurisma: formação de uma bolsa de sangue pulsátil no local da punção.

Fístula arteriovenosa: comunicação anormal entre uma artéria e uma veia no local da punção.

Nefropatia induzida por contraste: Dano aos rins causado pelo meio de contraste.

Complicações raras

Acidente vascular cerebral (AVC): ocorrência de um coágulo que bloqueia o fluxo sanguíneo para o cérebro.

Infarto agudo do miocárdio: ocorrência de um coágulo que bloqueia o fluxo sanguíneo para o coração.

Perfuração cardíaca: lesão da parede do coração causada pelo cateter.

Arritmias: alterações no ritmo cardíaco.

Morte: em casos extremamente raros.

Gerenciamento dos riscos

Avaliação pré-procedimento: identificação de pacientes com risco aumentado de complicações (alergia ao contraste, insuficiência renal, coagulopatias).

Técnica cirúrgica aprimorada: utilização de técnicas de punção cuidadosas e cateteres de menor calibre.

Monitorização hemodinâmica contínua: detecção precoce de complicações e intervenção imediata.

Hidratação adequada: prevenção da nefropatia induzida por contraste.

Medicação apropriada: utilização de antiagregantes plaquetários e anticoagulantes para prevenir trombose.

Equipamentos de emergência: disponibilidade de equipamentos de ressuscitação e desfibriladores.

Recuperação

De acordo com o especialista, o paciente deve permanecer em repouso por algumas horas após o procedimento, dependendo do local da punção (radial ou femoral), com aplicação de compressão no local para prevenir sangramento e hematoma. Além disso, é orientada a ingestão de líquidos para eliminar o meio de contraste dos rins, a monitorização dos sinais vitais e do local da punção e a continuação da terapia antiplaquetária e outros medicamentos prescritos.

Bruno lembra que o paciente pode retornar gradualmente às atividades normais após alguns dias, seguindo as orientações do médico. “Em alguns casos, pode ser recomendado um programa de reabilitação cardíaca para melhorar a função cardiovascular e a qualidade de vida”, finaliza.

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