Racismo no futebol: o que aconteceu com Luighi, Éverson e Suelen Santos após os casos recentes?

O racismo no futebol brasileiro continua sendo um problema grave, com casos recorrentes envolvendo jogadores e torcedores. O episódio mais recente ocorreu com Luighi, jogador do sub-20 do Palmeiras, que foi alvo de injúria racial durante uma partida contra o Cerro Porteño.

Esse, no entanto, está longe de ser um caso isolado. Nos últimos dois anos, o número de denúncias de racismo no futebol cresceu significativamente, mas as punições ainda são escassas. O g1 SP publicou o que ocorreu com os casos mais recentes.

De acordo com um levantamento do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, os registros aumentaram quase 40% de 2022 para 2023, e muitos dos casos não resultaram em condenações efetivas.

Em 2023, foram registrados 136 incidentes racistas envolvendo jogadores, torcedores e equipes técnicas em estádios, redes sociais e outros espaços do futebol. Esse número foi 112,5% maior do que o de 2021, quando apenas 64 casos foram documentados.

O crescimento das denúncias pode estar relacionado à maior conscientização dos atletas e torcedores sobre a importância de denunciar. “Antes, era comum ouvir a frase: ‘o que acontece em campo, morre em campo’. Hoje, há mais denúncias e visibilidade para o tema”, afirmou Marcelo Carvalho, diretor do Observatório.

Casos recentes que marcaram

Luighi (Palmeiras sub-20) – 2024

• O que aconteceu? Durante a partida contra o Cerro Porteño, um torcedor imitou um macaco em direção ao jogador.
• Houve punição? O caso foi registrado, mas até o momento não houve uma punição efetiva.

Éverson (Atlético-MG) – 2023

• O que aconteceu? Após um jogo contra o Libertad, no Paraguai, o goleiro foi chamado de “macaco” por um torcedor adversário.
• Houve punição? A Conmebol multou o Libertad em US$ 100 mil, mas não houve prisões.

Suelen Santos (Bahia) – 2024

• O que aconteceu? Durante um jogo do Campeonato Brasileiro Feminino, a zagueira foi chamada de “macaca” pelo treinador do time adversário.
• Houve punição? O treinador foi preso em flagrante, mas libertado dois dias depois, após pagar uma fiança de R$ 42 mil. No STJD, foi suspenso por oito partidas e multado em R$ 15 mil.

Mesmo com a crescente visibilidade do racismo no futebol, poucos casos resultam em punições severas. Em muitos episódios, os agressores pagam multas ou cumprem penas alternativas, sem consequências mais rígidas.

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