Tebet prevê queda de preços dos alimentos em até 60 dias; ministra também aguarda juros menores

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira, 2, que os preços dos alimentos devem começar a cair nos próximos 60 dias, o que pode impactar diretamente a redução da taxa de juros no Brasil.

Durante um evento em comemoração aos 60 anos do Banco Central, em Brasília, Tebet destacou que a queda nos alimentos pode abrir espaço para uma flexibilização da política monetária.

“Nos próximos 60 dias teremos a redução no preço dos alimentos, o que pode permitir ao Banco Central começar a reduzir a taxa de juros antes do previsto”, declarou a ministra. Atualmente, a taxa básica de juros (Selic) está em 14,25% ao ano, um dos patamares mais altos do mundo.

O Banco Central utiliza a taxa para controlar a inflação, que tem impactado especialmente a população de baixa renda. O BC define os juros com base na meta de inflação, que permanece acima do objetivo central de 3% até 2027.

A autoridade monetária considera que a economia brasileira ainda cresce em ritmo acima do necessário para conter a alta de preços. Por isso, a projeção oficial aponta que a taxa Selic permanecerá elevada por mais tempo, com um possível novo aumento programado para maio.

Na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que decidiu pela manutenção dos juros elevados, o Banco Central alertou que os preços dos alimentos seguem pressionados e podem influenciar outros setores da economia devido a mecanismos inerciais.

No relatório de política monetária divulgado em março, o BC destacou que a inflação acumulada em 12 meses deve permanecer em torno de 5,5%, acima da meta de 4,5%. Os preços da alimentação no domicílio seguem pressionados, com destaque para os alimentos in natura, que devem registrar alta sazonal.

Além disso, no setor de proteínas, há expectativa de oferta restrita de boi gordo em 2025, além de demanda externa aquecida, o que pode manter os preços elevados.

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