Confira os veículos que foram destaques entre o público do Old School Day

Quem circulou pelo centro de Santa Cruz do Sul, no entorno da Praça da Bandeira, ao longo de todo o sábado, 5, fez literalmente uma volta ao passado. A quarta edição do Old School Day estimulou a cultura e sobretudo a nostalgia, com a exposição de pelo menos 400 carros e centenas de motocicletas e bicicletas antigas. A Gazeta do Sul conferiu alguns dos modelos que mais chamaram a atenção e fizeram sucesso entre os visitantes.

Fred e a moto BMW R32, de 1927

Fred Giordani é dono da moto mais antiga da região | Foto: Cláudia Priebe

O advogado Fred Giordani, 42 anos, porto-alegrense radicado há duas décadas em Santa Cruz do Sul, é proprietário da moto BMW R32, de 1927. Essa foi a segunda vez que ele expôs a “quase centenária” no Old School Day. Ao que tudo indica, é uma das motos mais antigas, senão a mais antiga, da região de Santa Cruz, Vera Cruz e Venâncio Aires. Ele conta que o veículo veio para a família em meados de 1995, quando tinha por volta de 15 ou 16 anos.

Na época, nem habilitação tinha, mas seu pai, Luís Moacir Giordani, hoje com 78 anos, já era colecionador de motos há um bom tempo. “Ele sempre gostou de moto. Teve um acidente, e daí a minha mãe não deixou mais ele andar, mas nunca disse que ele nunca mais podia ter moto. Foi então que começou a colecionar e hoje tem 14”, conta Fred.

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A compra da BMW 1927 foi, na época, um ato que contrariou o pai. “A gente foi visitar um amigo dele que tinha uma outra moto à venda. Essa 1927 estava toda desmontada em uma caixa. Já tinha passado por vários mecânicos, ninguém conseguia acertar ela. O dono não sabia o que era e não sabia nem o ano, mas me vendeu as caixas de peças e eu fui montando até descobrir a procedência, modelo, ano, tudo.”

Sem tecnologia alguma, a BMW 1927 é uma relíquia para exposição. Para seus passeios, Fred utiliza sua Kawasaki Vulcan S, 2021. A paixão herdada do pai fez com que ele ingressasse também em um motoclube. Hoje é presidente do Águias da Santa Cruz, de Santa Cruz do Sul, fundado em 2016. “Quando você está dentro do motoclube, você está em uma família. Todo mundo se conhece, todo mundo se ajuda, todo mundo sai junto, volta junto. E todos tentam contribuir com causa social, ajudar, e isso é uma das correntes fortes dos motoclubes. A moto está no sangue, tu nasce com isso,”

A BMW de Fred foi exposta com outras 24 motocicletas restauradas por Rudimar Lobato Jr, proprietário da Lú Motos, de Santa Cruz, e pintadas pela EGA Moto Pintura, também do município. “O restaurador é ele [Lú Motos]. Quando a gente se aperta, chama um mecânico profissional para finalizar”, brincou Fred. Até o início do próximo ano, ele pretende trazer a Santa Cruz a coleção de motos do pai, que hoje está em Porto Alegre.

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David, a Kombi Charlot e a Monareta 82

David com os seus dois xodós: a Kombi Charlot e a Monareta 82 | Foto: Cláudia Priebe

O secretário da Comunidade Evangélica Luterana de Venâncio Aires, David Hübner, 50 anos, levou para o Old School Day os dois xodós mais recentes da família: a Kombi Charlot e a Monareta Monark 82. Expostas em conjunto, chamaram atenção de quem passou pela Rua Borges de Medeiros, na quadra próxima a Floriano. A Kombi 2008, modelo 2009, está na família desde 2018 e foi adquirida a pedido de sua filha, Clara.

A aquisição, no entanto, lhe custou a venda de outras duas raridades: um Fusca 69 e um Fusca Itamar 94. Adaptada e equipada com direção elétrica, ar-condicionado elétrico, TV, geladeira 12 volts e um sofá-cama, é praticamente um camping, como ele mesmo define.

“Com as adaptações, ela ficou com lugar para cinco pessoas. Já rodamos para a Serra do Rio do Rastro, a Serra do Corvo Branco, Pomerode e Penha, em Santa Catarina. Vamos para o itinerário que a turma lá de casa define”, revelou. Nos últimos dois ou três anos, Charlot ganhou quase que um novo acessório: uma Monareta Monark 82, que agora fica presa ao teto, em exposições do gênero.

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Hübner conta que na infância teve uma Monareta mini, depois uma Monareta 74 e aos 18 anos um Fusca 83, seu primeiro carro. Mas foi em meados de 2013, após ter comprado um Fusca Itamar, premiado de forma despretensiosa em um evento em Bento Gonçalves, por ser o mais original, que começou a participar de exposições. A partir daí criaria, juntamente com amigos, o Fusca Clube Venâncio-airense. O grupo já tem dez anos e 28 integrantes e realiza um evento próprio: o Confraria das Carangas, que terá a segunda edição em setembro deste ano.

Ele observa que o Old School Day relembra uma “época de ouro”. “É um hobby e a celebração de uma época que não vamos viver mais. Meu avô tinha um chevetinho, meu pai tinha um DKV e depois um Opala. Então, são ícones que a gente não vai esquecer.”

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Alexander e o Aero Willys 61

Paixão: Alexander guarda a coleção em um celeiro | Foto: Cláudia Priebe

O empresário Alexander Schweighofer, 51 anos, de Arroio do Tigre, é proprietário de uma coleção de carros antigos. No entanto, trouxe para o Old School Day a sua primeira raridade: o Aero Willys 61. E veio para Santa Cruz rodando com ele. Com o carro, já levou sua irmã para o casamento e também o seu pai para a festa dos 50 anos de casamento. É o segundo dono do veículo, adquirido há cerca de 30 anos, de um amigo.

Desde criança, Alexander foi encantado por carros antigos. Quando teve condições de adquirir um, não pensou duas vezes. “Apareceu a oportunidade desse Aero Willys, comprei e fui customizando aos poucos. Restaurei todo ele.” A relação com carros, no entanto, veio literalmente de berço.

“Cresci dentro de uma oficina. Nasci em 73 e meu pai abriu a oficina em 75. Diz a mãe que quando ela tinha que fazer as coisas dentro de casa, ela me colocava dentro de um carro e eu ficava sentado brincando. Me criei na oficina mecânica e, quando maior, comecei a desmontar carro”, relembra.

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Tudo isso o levou a ir adquirindo, aos poucos, uma coleção que hoje é composta por uma Kombi Corujinha Pick Up 74; uma TL 4 portas 74; quatro Fuscas (65, 68, 70 e 74); um Corcel II 1980; um Dodge Magnum 79; um Gol 86 AP e um Jeep Willys 64. E tem mais: uma série de Ladas formada por um Russo Sedan, um Samara Sedan, um Laika Sedan, um Laika Station e um Niva. Para completar, mais C10, Caravan, F100 V8, motos e bicicletas antigas.

Para guardar todos eles, Alexander construiu um galpão no estilo celeiro americano há uns dez anos. “É um hobby. Eu gosto, gosto de curtir o carro. Meu prazer é estar ali no meu galpãozinho, arrumando meus carros, os amigos vão lá para dar uma olhada, trocar uma ideia”, contou. Dentre os encontros ocorridos no celeiro estão os promovidos pelo Clube de Veículos Antigos do Centro Serra (CVACS).

Com relação aos veículos, ele é categórico ao afirmar que “o carro guarda histórias”. “Muitas pessoas enxergam o carro e comentam que alguém da família teve ou então que conhecem alguém que teve, então sempre tem uma história.”

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