O Paraná perde somente para Mato Grosso no ranking dos maiores produtores de grãos do Brasil, mas, mesmo com um rebanho bovino próximo a 9 milhões de cabeças, nono colocado do país, segundo informações do IBGE, o estado é reconhecido pela qualidade da carne e do leite produzidos.

Presente no estado há mais de 20 anos, a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) tem sido o grande trunfo dos pecuaristas para diferenciar sua produção. “Algumas fazendas não têm mais a presença de touro”, constata o médico-veterinário Luigi Carrer Filho, diretor de Pecuária da Sociedade Rural do Paraná e representante técnico da GlobalGen vet science na região de Londrina.
De acordo com o médico-veterinário, a produção pecuária sofre influência direta das cooperativas, o que impacta de forma positiva na qualidade da carne. “As cooperativas exigem requisitos como idade, marmoreio, cobertura de gordura e bom rendimento de carcaça, então temos uma pecuária onde a qualidade é um grande diferencial”, explica.
Entre os indicadores, o regulamento exige idade máxima de 24 meses e gordura de cobertura de 4 até 7 mm de espessura. Para chegar a tais resultados, a maior parte da carne bovina é produzida por cruzamento industrial, entre raças zebuínas e britânicas, com uso de uma, duas ou até três IATFs consecutivas, além da terminação em confinamento.
Atualização constante
Os programas reprodutivos baseados na inseminação artificial evoluem constantemente, por isso, a quem busca se atualizar, Luigi Carrer convida para o XI Simpósio de Eficiência em Produção e Reprodução Animal, no dia 10 de abril, durante a Expolondrina, e para o Simpósio Pecuária de Corte Intensiva, em 24 de abril.
“Os eventos sempre trazem alguma novidade que você pode discutir. A IATF não possui receita de bolo, todo ano tem uma variável nova. Ela começou com manejo D0, D9 e D11; hoje a gente tem D0, D7 e D9. Além disso, as próprias dosagens dos fármacos mudaram muito”, lembra Carrer.

Protocolos mais avançados
Um protocolo de IATF em evidência na pecuária nacional e também no Paraná é o Best Choice, da GlobalGen vet science, que tem apresentado taxas de concepção superiores com a aplicação de GNRH. “O uso de GNRH neste protocolo exclusivo, no momento da inseminação, aumenta em torno de cinco pontos percentuais o número de prenhezes de vacas e novilhas”, explica o professor Roberto Sartori (Esalq/USP).
Durante sua palestra, ele também destacará o Rebreed21, um programa reprodutivo com estudos também apoiados pela empresa, com uma ressincronização superprecoce que pode compreender até três IATFs consecutivas, com intervalos de 21 dias. “Com o Rebreed21, o pecuarista consegue encurtar bastante a estação reprodutiva e aumentar a probabilidade de emprenhar mais vacas em um menor espaço de tempo. Isso traz o benefício de produzir mais bezerros do cedo, hoje muito valorizados na pecuária brasileira”, relata Sartori.
Ciclo da alta fertilidade
O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com 4,4 bilhões de litros ao ano, por isso o tema não poderia ficar fora das discussões. Carlos Consentini, coordenador técnico da GlobalGen, terá a missão de guiar os participantes ao ciclo da alta fertilidade. Seria implementar estratégias de reprodução, com uso otimizado da IATF, para reduzir o intervalo entre partos e aumentar a produção leiteira.
“O intervalo entre partos ideal não é um número exato, pois varia de acordo com algumas características do rebanho. Porém, uma média interessante para vacas de alta produção, aquelas acima de 30 kg/dia, seria, aproximadamente, 13 meses”, revela Consentini.
Fazendas que possuem bons manejos nutricional e sanitário, ainda com preocupação em relação ao conforto animal, têm mais de 50% de concepção já no primeiro serviço pós-parto. “A alta concepção no primeiro serviço pós-parto é o carro-chefe da reprodução, e índices de 50% ou mais não eram observados nos rebanhos leiteiros, por exemplo, dez anos atrás”, destaca o especialista. Essa média é atingida em propriedades que usam o programa reprodutivo G-Synch, da GlobalGen, o qual inclui uma pré-sincronização antes do protocolo de IATF e outros ajustes que sabidamente aumentam a fertilidade das vacas em lactação.