“Série de negligências”: pai do homem morto atropelado por caminhão dos Bombeiros questiona resultado das investigações

Renato Felipe da Silva Sérgio foi atropelado por uma ambulância do Corpo de Bombeiros em novembro de 2023 e veio a óbito. O veículo estava trafegando acima da velocidade permitida, às 09h da manhã, numa avenida do setor Central de Goiânia, sem sinais sonoros ligados e fora de serviço de emergência. Os resultados preliminares da investigação apontaram culpa compartilhada entre o condutor da ambulância e a vítima, que teria atravessado a via em cima de sua bicicleta e não ao lado. A família, entretanto, contesta a versão inicial apresentada.

Em entrevista ao Jornal Opção,  Dilson Almeida, pai de Renato, fala em “indignação e tristeza” com relação aos resultados apresentados pela investigação. Para ele, a tentativa de também responsabilizar o jovem pelo ocorrido está errada e a família vai tomar as medidas cabíveis para recorrer. 

Dilson afirma que o veículo que atropelou seu filho trafegava sem dispositivos de alerta acionados e fora de atendimento de emergência. Além disso, o pai da vítima coloca que, segundo apuração de sua equipe de advogados, o motorista da viatura dos bombeiros estava com sua autorização para condução de veículos de emergência vencida. Quem conduzia era o segundo sargento dos bombeiros, João Carlos de Sousa Almeida. 

“A falha foi do Estado, que não fiscalizou seus próprios agentes e permitiu que veículos oficiais circulassem de forma imprudente”, resumiu. 

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No inquérito inicialmente apresentado, Renato foi parcialmente responsabilizado pelo acidente porque atravessou a via em cima da bicicleta e não ao lado dela, a empurrando. “Se ele estivesse empurrando a bicicleta, em vez de montado nela, o atropelamento aconteceria da mesma maneira”, indaga o pai de Renato. Para ele, as investigações estão caminhando no sentido de “usar esse detalhe para justificar uma imprudência muito maior”. 

Agora, a família de Renato entra com os devidos recursos na Justiça para questionar o resultado inicialmente apresentado das investigações . Dilson fala em combater uma “série de negligências” não no intuito de punir um único indivíduo “mas de garantir que o sistema que falhou com o Renato reconheça sua responsabilidade”.

O Jornal Opção entrou em contato com o Corpo de Bombeiros, mas não houve resposta até o momento de publicação desta matéria. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do sargento.

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