Tarifas são defesa contra sistema comercial quebrado, diz conselheiro de Trump

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Em artigo publicado no Financial Times, Peter Navarro, conselheiro econômico do presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu as políticas tarifárias do republicano como uma resposta necessária a um “sistema de comércio internacional quebrado”. Segundo ele, as tarifas recíprocas impostas por Trump têm como objetivo corrigir décadas de desequilíbrios que, em sua avaliação, prejudicaram a economia americana.

“Isso não é uma negociação”, afirmou Navarro, ao classificar os déficits comerciais crônicos, que ultrapassam US$ 1 trilhão ao ano, segundo ele, como uma “emergência nacional”.

Ele criticou a regra da “nação mais favorecida” da Organização Mundial do Comércio, que, para ele, permitiu que parceiros comerciais mantivessem tarifas elevadas sem oferecer contrapartidas aos EUA.

Navarro observou que, enquanto a tarifa média americana é de 3,3%, países como China (7,5%), Tailândia e Vietnã (próximos de 10%) e Índia (17%) impõem taxas significativamente mais altas.

Apesar do tom duro, o conselheiro ressaltou que “Trump está sempre disposto a ouvir”, mas fez um alerta: “aos líderes mundiais que, após décadas de trapaças, agora oferecem reduzir tarifas, saibam disto: isso é apenas o começo”.

Navarro também destacou barreiras não tarifárias, como subsídios, práticas de dumping e roubo de propriedade intelectual, como entraves ainda mais nocivos ao comércio do que as tarifas em si. “A OMC falhou em resolver disputas. A União Europeia, por exemplo, mantém desde 1998 uma proibição ilegal à carne bovina americana com hormônios”, exemplificou.

Ele chamou atenção ainda para a necessidade de que “países impeçam que a China burle tarifas” ao redirecionar exportações por meio de terceiros, como Vietnã, México e Camboja. Navarro criticou também práticas de concorrentes estrangeiros que, segundo ele, distorcem o comércio global, como o uso de trabalho análogo à escravidão e a poluição sem controle.

Na sua visão, a proposta de Trump é direta: “cobrar o que cobram de nós. Tudo o que os EUA querem é justiça. O que poderia ser mais justo do que isso?”.

Estadão conteúdo

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