Sequestro, mensagens suspeitas e corpo concretado: veja a cronologia do caso Anic Herdy

Anic Herdy desapareceu em fevereiroReprodução

A Polícia Civil encontrou restos mortais que seriam de Anic Herdy, advogada de 54 anos que desapareceu em fevereiro deste ano após ter sido sequestrada pelo ex-amante Lourival Fatica. Ele confessou tê-la assassinado e enterrado o corpo na garagem de casa, em Teresópolis.

Os restos mortais estavam em avançado estado de decomposição, com um torniquete no pescoço, sugerindo estrangulamento. A polícia realiza exames de DNA para comprovar se o corpo é mesmo de Anic Herdy.

A operação aconteceu no mesmo dia em que Lourival presta depoimento na 2ª Vara Criminal de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, onde ele confessou ter assassinado Anic a mando do marido dela, Benjamin Cordeiro Herdy. A defesa de Benjamin nega as acusações.

Embora as autoridades não tenham encontrado indícios de envolvimento direto de Benjami, investigações apontam que a morte de Anic foi planejada por ele desde janeiro. O telefone de Lourival foi apagado, levantando suspeitas sobre seu envolvimento.

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Veja a cronologia completa do caso

29 de fevereiro: Anic é vista pela última vez em um shopping em Petrópolis, onde estava para se encontrar com Lourival, que na época era um dos prestadores de serviço da família da advogada.

No mesmo dia, por volta das 20h30, o marido de Anic começa a receber ameaças por meio de mensagens de texto. Os sequestradores pediram dinheiro em troca da advogada – ao todo, pediram R$ 4,6 milhões, o que foi pago por Benjamin em dinheiro e bitcoins.

Hoje, a investigação supõe que Anic já estava morta quando a mensagem foi enviada. Segundo a defesa de Lourival, ele matou a advogada comum soco que quebrou o pescoço dela em um motel em Itaipava.

6 e 8 de março: Benjamin fez 40 transferências para 31 destinatários para pagar o resgate, mesmo sem provas de que Anic estava viva.

10 de março: Benjamin foi até o West Shopping, na Barra da Tijuca, com esperanças de receber a esposa. Lourival ficou encarregado de deixar a mala com o dinheiro do resgate em uma lixeira na comunidade do Terreirão, na Zona Oeste.

No entanto, Anic não apareceu, e Lourival não deixou o dinheiro na lixeira.

11 de março: Lourival vai até uma concessionária com os filhos e compra um carro de luxo avaliado em R$ 500 mil, além de uma moto de R$ 30 mil.

12 de março: Benjamin recebe mensagens supostamente de Anic, alegando que não se tratava de um sequestro, e sim um plano para fugir com Lourival. O marido da advogada, então, relatou à filha Lara o que estava acontecendo.

Desconfiada, Lara grava uma conversa suspeita entre o pai e Lourival, e questiona o porquê de ainda não terem acionado a polícia.

14 de março: A filha de Anic registra o desaparecimento na delegacia e a polícia começa a monitorar Lourival.

16 a 18 de março: Lourival e Rebeca, sua amante, se hospedam em um hotel no aeroporto.

18 de março: Lourival vai à Foz do Iguaçu e compra 950 celulares no valor aproximado de 153 mil dólares.

20 de março: Lourival, os filhos e Rebeca são presos assim que ele retorna ao Rio de Janeiro.

24 de setembro: Defesa de Lourival convoca coletiva e diz que Benjamin é o mandante do crime, e confirma que Lourival enterrou e concretou o corpo de Anic em sua casa na região Serrana.

25 de setembro: Lourival depõe e diz onde está o corpo de Anic. Operação da polícia na casa do suspeito encontra restos mortais de uma mulher. Polícia afirma que realizará exames para confirmar se corpo encontrado é o de Anic.

Morte encomendada

Em depoimento, Lourival revelou que o crime começou a ser planejado em janeiro, um mês antes do desaparecimento de Anic. Ele afirmou que a vítima está morta desde então.

“Benjamin determinou a morte desde o mês de janeiro, e o sequestro foi uma forma de encobrir esse crime”, afirmou a advogada do ex-amante, Flávia Froes.

“Todo o plano foi forjado por ambos, e só não deu certo porque a filha de Benjamin gravou uma conversa dela com Benjamin e Lourival em que ela estranha o crime”, prosseguiu.

Ainda segundo Flávia, “durante todo o período do falso sequestro, Benjamin e Lourival estiveram juntos. As antenas dos celulares de Lourival e Benjamin vão provar que ambos estavam no mesmo lugar e fizeram tudo juntos”, acusou.

A defesa de Lourival marcou uma coletiva de imprensa para esta sexta-feira (27) no Hotel B&B, em Copacabana, para prestar informações sobre o caso.

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