PF suspeita que Gayer seria o mentor de organização criada para receber emenda parlamentar

A Polícia Federal (PF) está investigando o deputado federal Gustavo Gayer (PL) sob a suspeita de controlar uma organização privada criada para receber emendas parlamentares de maneira indevida. Segundo as investigações, Gayer teria adquirido uma associação inativa, com a intenção de transformá-la em uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), qualificando-a para receber recursos públicos por meio de emendas parlamentares, editais e chamamentos públicos. O custo da aquisição dessa associação, que estava inativa, teria sido de R$ 6 mil, pagos pelo próprio deputado.

Conforme relatado pela PF, houve ao menos duas tentativas de mudança no nome da associação para “IDISE – Instituto de Desenvolvimento & Investimento Socioeducacional”, usando atas de assembleia consideradas “ideologicamente falsas”. Essas alterações teriam o objetivo de permitir o recebimento de recursos públicos para a entidade. Em interceptações telefônicas, um empresário próximo a Gayer, contratado pelo gabinete dele, discute com uma assistente social a viabilidade de reativar a associação, mencionando que reformular uma entidade existente seria mais fácil do que criar uma do zero.

Ainda de acordo com a PF, esse empresário, descrito como um “operador das manifestações de vontade do parlamentar”, teria um papel ativo na criação e alteração de entidades do terceiro setor para facilitar o acesso a verbas parlamentares. Para garantir o fluxo de recursos, ele recebeu três parcelas de R$ 24 mil do gabinete de Gayer, embora, segundo os investigadores, esses valores tenham sido pagos em desacordo com as funções contratadas. Documentos indicam que ele seria contratado como funcionário do gabinete, mas, devido a uma pendência legal que o impedia de assumir cargo público, foi remunerado por meio de sua empresa de marketing.

A investigação teve início após a apreensão do celular do empresário, envolvido nos atos do dia 8 de janeiro. No decorrer da operação, a PF também apreendeu o celular de Gayer, além de cartões de memória e HDs externos. Em resposta, o deputado afirmou nas redes sociais que foi surpreendido pela ação policial às 6h da manhã, e, embora diga desconhecer o motivo da operação, ele atribuiu a investigação a motivações eleitorais.

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