Confira uma lista imperdível com os 10 melhores livros do escritor Jack London

Poucos autores americanos terão sido tão traduzidos e terão vendido tantos livros quanto Jack London (1876-1916), ao redor do mundo.

Para o leitor menos familiarizado, o verdadeiro nome de Jack London era John Griffith Chaney, que nasceu na Califórnia e escreveu, ao longo de sua curta vida (40 anos), mais de 50 livros, abrangendo aventura, romance, poesia e o que mais tarde seria chamado ficção científica.

Nesse caleidoscópio literário, salientam-se seus livros de aventuras, passadas nos mais variados cenários, mas sempre narradas com raro vigor e mestria. Não admira que seja um autor de tanto sucesso.

Os cenários de suas narrativas são variados: a solidão gelada do Alaska (na corrida do ouro de 1896), as belas ilhas do Pacífico Sul, o mar do Japão ou as vastidões de sua terra natal, os Estados Unidos.

Jack London: um dos escritores mais lidos da história da literatura | Foto: Reprodução

Os personagens centrais também serão os mais diversificados: o homem branco que se aventura nas mais distantes regiões do Globo (e existe aí muito de autobiografia), as mulheres fortes, o selvagem em sua tribo, o operário desempregado nos EUA, o leproso no seu isolamento e até — um dos mais admirados — um lobo domesticado.

O legado literário de Jack London não se admira apenas pela qualidade. Também chama a atenção pela quantidade, se levarmos em conta sua infância pobre e difícil, sua mocidade sacrificada na luta pela subsistência e sua morte prematura. Como, disciplinado, nunca deixava de escrever ao menos 1.000 palavras por dia, restou esse trabalho admirável.

Quais suas melhores obras? Não será fácil escolher as mais belas peças de ouro na bolsa de Jack London, onde, como disse alguém, não havia prata.

A vendagem de seus livros, traduzidos nas mais diversas línguas, do inglês ao japonês, passando pelo alemão, francês, espanhol, português, russo e mais uma dezena de idiomas, nos auxilia.

Mas uma classificação como essa vai depender das preferências de quem lê. Sua obra completa, publicada nos EUA, foi traduzida e publicada em vários países e reeditada algumas vezes. Há uma excelente e praticamente completa edição francesa pela Editions Robert Lafont, com traduções de Louis Postif.

Embora vários livros de Jack London tenham sido traduzidos no Brasil — e um dos seus tradutores aqui tenha sido o notável escritor Monteiro Lobato — sua obra completa em português só foi editada em Portugal, pela Editora Civilização, da cidade do Porto.

Mas vamos à tentativa de apontar seus melhores trabalhos, tomando como base, por ser mais completa em nossa língua, a edição de Portugal. Selecionamos 5 livros e cinco relatos curtos (contos ou novelas) que com certeza agradarão um leitor atento:

1 — O Apelo Selvagem

É um livro de aventuras. No original, “The Call of the Wild” — de 1903 (também conhecido como “O Apelo Selvagem”). Conta as adversidades de Buck, um cão roubado nos EUA e levado para puxar trenó na Corrida do Ouro do Alaska, em 1896. Buck, despertos seus instintos primitivos, foge e passa chefiar uma alcateia de lobos selvagens. É tido como um dos livros mais lidos até hoje, em todo o mundo.

2 — O Lobo do Mar

No original, “The Sea Wolf” — de 1904. Esse romance profundamente filosófico se passa no microcosmo de um navio de caça às peles de foca, o Ghost. Os personagens principais são o capitão Wolf Larsen, um personagem que tende ao super-homem nietzschiano e Humphrey van Weyden, um literato embarcado à força.

Na leitura, podem-se sentir as influências dos filósofos que London mais apreciou, na sua busca pelas respostas às questões vitais: Nietzsche, Herbert Spencer, Darwin, Marx. E a presença de Herman Melville (e seu romance “Moby Dick”), que London admirava.

3 — Caninos Brancos

Livro de aventuras). No original, “White Fang” — de 1910. De certa forma, seria uma continuação de “O Chamado Selvagem”. White Fang é um neto de Buck, um cão-lobo que é capturado e domesticado. Como no livro anterior, London mostra a iteração e as divergências entre a natureza e a civilização e as concordâncias e divergências entre o mundo animal e a o mundo humano.

4 — A Praga Escarlate

Livro de Scence-Fiction. No original, “The Scarlett Plague”, de 1912. Uma obra de ficção científica, embora esse termo só surgisse em 1954. Um tanto profético, fala de uma pandemia que em 2013 dizimou a humanidade. Os personagens são um professor americano e três netos, sobreviventes do desastre.

5 — John Barleycorn

Com título idêntico no original, de 1913. Romance autobiográfico, mostra a luta de um homem com o alcoolismo, que aliás perseguiu Jack London até o fim da vida.

6 — As Tartarugas do Tasman

É uma novela. No original “The Turtles of Tasman”, de 1916. Frederic Travers, importante empresário, e potencial político californiano e sua educada, mas desbotada filha Mary, recebem o irmão de Frederic, o aventureiro capitão Tom, de quem há muito não sabiam, pois que corria o mundo, e sua exuberante filha Polly. A novela revela o contraste, entre os valores materiais e comportados de Frederic e Mary e os valores intangíveis espirituais e audazes de Tom e Polly, comparando os irmãos e as primas, ao longo da narrativa.

7 — Koolau, o Leproso

É uma novela. No original, “Koolau, the Leper”, de 1912. Baseada em um episódio real de 1865, quando leprosos havaianos foram segregados à força em colônias na ilha de Molokai, essa admirável estória curta é uma ode à liberdade.

8 — Cara no Chão

É um conto. No original, “Lost Face”, de 1910. Na Corrida do Ouro, no vale do Yukon, no Alaska, um ladrão de peles americano é aprisionado pelos índios Nulato e está prestes a ser barbaramente torturado antes de ser morto. Como escapar?

9 — Acender um Fogo

É um conto. No original, “To Build a Fire”, de 1902. Saiu no Brasil com o título de “Acender uma Fogueira”. Esse conto figura em todas as antologias de melhores contos universais, colocando London ao lado dos maiores contistas famosos, como Tchékhov e Poe. Na solidão gelada do Norte, é pouca a distância entre a vida e a morte.

10 — A Esperteza de Porpotuk

É uma novela. No original, “The Wit of Porpotuk”, de 1910. El-Soo é uma bela e inteligente princesa indígena do Alaska. É o orgulho das freiras de uma missão religiosa onde vive, próxima ao rio Yukon e à tribo cujo chefe é pai de El-Soo. Aprendeu com facilidade as línguas, o canto, a pintura, a confecção de roupas das mulheres brancas. Como o chefe está muito velho e doente, El-Soo deixa a missão e volta à tribo. E se defronta com o cruel destino de uma squaw, nome depreciativo das mulheres indígenas nascidas para a meia escravidão.

Ficam as sugestões, admitindo que há outras obras de Jack London muito boas, inclusive sobre boxe. Boa leitura, caros leitores.

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