Prefeito de Anápolis acusa gestão passada de desvio de R$ 800 milhões da ponte estaiada para outras obras

O prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), criticou a gestão anterior pela execução e financiamento da ponte estaiada da cidade. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele afirmou que cerca de R$ 800 milhões destinados à obra teriam sido redirecionados para outras intervenções, comprometendo não só a continuidade do projeto, mas também a saúde financeira do município.

“O município não tem condições de dar continuidade [a obra da ponte estaiada]. A verdade é que o dinheiro foi desviado para outras obras. É uma obra que já começou equivocada desde a concepção”, declarou Corrêa.

Por meio de sua assessoria, o ex-prefeito Roberto Naves (Republicanos) respondeu que, durante sua gestão, não havia nenhuma obra paralisada, e que a decisão de interromper as obras foi uma escolha da atual administração. [Veja nota na íntegra ao final do texto]

De acordo com a Prefeitura, o empréstimo de R$ 800 milhões foi destinado a cerca de 20 obras, incluindo a ponte, mas os recursos não foram suficientes para concluir os projetos. A empresa responsável pela construção teria revelado que estava sem receber pelos serviços prestados há meses.

O Executivo ainda disse que uma comissão da Secretaria Municipal de Obras está realizando vistorias cautelares em todas as obras civis e de infraestrutura em andamento. O objetivo, conforme a pasta, é identificar quais empreendimentos necessitam de auditoria independente.

“Essas análises vão verificar a execução das obras, possíveis falhas contratuais e comparar os serviços realizados com os pagamentos efetuados até o momento”.

Ainda em nota, a prefeitura disse que a definição das obras prioritárias e do cronograma de retomada será feita após a conclusão desse diagnóstico. “A decisão levará em conta a viabilidade financeira e as necessidades da população, buscando o melhor uso dos recursos públicos e a conclusão das obras mais urgentes.”

Segundo Márcio, o financiamento foi realizado com recursos onerosos. “Foi feito com dinheiro a juros altíssimos, algo que nenhum poder público deveria usar. Isso gerou um endividamento volumoso para o município”, destacou.

Corrêa também apontou que o recurso utilizado na ponte estaiada poderia ter sido mais bem aproveitado para resolver problemas críticos de mobilidade urbana em diferentes pontos da cidade. “Com aquele dinheiro, poderíamos ter solucionado o trânsito nos quatro pontos mais críticos da cidade: os viadutos da Havan, Daia, do Ayrton Senna e Recanto do Sol.”

A obra ainda enfrenta dificuldades técnicas, segundo o prefeito, incluindo a necessidade de desapropriações e problemas estruturais. “No viaduto do Recanto do Sol, por exemplo, parte do projeto invade um condomínio de frente. Vai ser necessário desapropriar. Além disso, há uma área molhada naquela região que também complica a execução da obra”, explicou.

Para viabilizar recursos, Corrêa revelou medidas de contenção de despesas. “Estamos cortando gastos desnecessários, como regalias, aluguéis e contratos de terceirizados. Ontem mesmo, pedi para suspender vários contratos para que possamos investir nas áreas prioritárias”, afirmou.

Nota de Roberto Naves na íntegra:

“Durante o nosso governo, não havia nenhuma obra paralisada, todas estavam sendo executadas. A decisão de interromper as obras foi uma escolha da atual administração.

Anápolis é uma cidade com rica em recurso e, quando bem administrada, não enfrenta escassez de recursos. Esclarecemos ainda que, em nossa gestão, todas as movimentações financeiras foram devidamente analisadas e aprovadas pelo Tribunal de Contas.

Além disso, os empenhos e a execução das obras foram acompanhados e fiscalizados pela Câmara Municipal, em conformidade com sua atribuição institucional.”

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