Construção de fábrica da BYD na Bahia segue em execução mesmo após mais de 160 chineses serem resgatados em “condições análogas à escravidão”

As obras de construção de uma fábrica da BYD no Brasil seguem normalmente mesmo após mais de 160 trabalhadores chineses serem resgatados em condições análogas à escravidão. Ao todo, 163 chineses que trabalhavam na construção da fábrica de Camaçari, na Bahia, foram resgatados em operação do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Ao Jornal Opção, a assessoria da BYD no Brasil, informou que as obras sofreram alguns embargos mas “seguem normalmente com pontos específicos embargados”.

De acordo com a agência Reuters, funcionários da construção da fábrica foram trazidos com vistos irregulares pela empreiteira Jinjiang. As autoridades descrevem o caso como tráfico humano.

De acordo com o MPT, os trabalhadores viviam em condições insalubres, sem colchões, com comida não refrigerada e um banheiro para mais de 30 funcionários. Os passaportes e 60% dos salários dos trabalhadores também foram retidos, limitando a autonomia. Segundo publicação da DW, trabalhadores que quisessem se demitir deveriam cobrir os custos da viagem de volta à China.

Por conta do ocorrido, o governo brasileiro suspendeu a emissão de vistos temporários para a BYD e suas subsidiárias. A empresa também enfrenta multas financeiras. Os 163 trabalhadores resgatados receberam indenizações e foram transferidos para hotéis antes de retornarem à China.

A BYD, por sua vez, afirma que cortou relações com a Jinjiang e disse estar cooperando com as autoridades brasileiras. A empresa prometeu ajustar as condições de trabalho dos cerca de 500 funcionários chineses que permanecem no país para cumprir a legislação local.

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