Passageiro de voo internacional terá de passar por escâner corporal em Viracopos (SP)

FÁBIO PESCARINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Os passageiros que embarcarem a partir desta sexta-feira (24) em voos internacionais no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), terão de passar por escâner de imagem corporal.

O aeroporto do interior paulista será o primeiro do país a usar esse recurso de segurança como rotina e não apenas para casos suspeitos de tráfico de drogas, por exemplo.

Os três aparelhos fazem parte de um conjunto de equipamentos (e treinamentos) doados pela agência norte-americana TSA (Administração de Segurança de Transporte, na tradução) -os outros são cinco de raio-X de visão dupla e seis detectores de traços de explosivos.

Segundo a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, responsável pela gestão do local, os equipamentos doados têm custo estimado de US$ 2 milhões (cerca de R$ 6 milhões). O acordo para doação foi assinado em 2022.

Uma cerimônia para inauguração do novo sistema de segurança está prevista para a tarde desta sexta no próprio aeroporto. Entre outros, são esperados representantes da Polícia Federal, da Embaixada norte-americana e de seu Consulado em São Paulo, e do TSA.

Duas cidades norte-americanas, Fort Lauderdale e Orlando, fazem parte das rotas internacionais que partem ou chegam a Viracopos -as demais são Lisboa, Assunção e Paris. O aeroporto encerrou o ano passado com 858,7 mil passageiros transportados em voos que partiram ou chegaram de outros países.

A ideia é dificultar o tráfico internacional de drogas e de armamentos, além de aumentar a segurança.

Apenas no primeiro semestre do ano passado, 30 pessoas foram presas em Viracopos tentando embarcar com mais de 200 quilos de drogas, como cocaína e skunk, de acordo com dados da Polícia Federal.

Os novos equipamentos são similares aos usados pela TSA nos aeroportos dos Estados Unidos.

COMO FUNCIONA

No caso do escâner corporal, não são mostradas partes do corpo, pois a imagem refletida em tela simula a de um boneco.

Esse sistema, conforme explica a concessionária, não utiliza radiação, e os dados são coletados pela leitura dos reflexos de ondas milimétricas na pele. O equipamento detecta todos os objetos e não apenas os de metal.

Nos outros equipamentos, o raio-X de dupla visão mostra imagens de alta qualidade de explosivos, armas, drogas e outros produtos escondidos em itens dentro das bagagens.

O aparelho também rastreia sacos plásticos, pastas, mochilas, pacotes de diversos formatos e objetos de pequeno a médio porte transportados à mão.

As imagens de alta definição e a discriminação de materiais por código de cores ajudam os operadores a detectar visualmente armas e drogas.

O outro equipamento, B220, detecta traços de explosivos e narcóticos em tempo real em superfícies que podem ser tecidos de roupas, pacotes, computadores ou mesmo as mãos.

“Certamente refletirá no aperfeiçoamento das regras e procedimentos, contribuindo com todo o setor de transporte aéreo brasileiro.”, diz o diretor de operações de Viracopos, Marco Beme.

Como mostrou a Folha, Viracopos é o primeiro aeroporto brasileiro a implantar sistema de embarque de passageiros totalmente biométrico e automatizado, contemplando, inclusive, áreas restritas. Com ele, não será mais preciso cartões de embarque.

O registro biométrico é valido por até cinco anos, sem a necessidade de repetir o processo para voos futuros.

No ano passado, embarcaram ou desembarcaram pelo terminal 12,4 milhões de pessoas em viagens nacionais e internacionais.

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