Por que estão nascendo tantos gêmeos no mundo? Entenda

Embora o número de filhos por mãe tenha diminuído em todo o mundo, o nascimento de gêmeos e trigêmeos alcançou um patamar histórico. Pesquisas indicam que a tendência é de crescimento nas taxas de gêmeos, o que contrasta com a redução das taxas gerais de natalidade observada nos últimos anos.

Entre os fatores que explicam esse fenômeno estão o aumento da idade materna e o uso mais frequente de tratamentos de fertilidade. Dados mostram que nascimentos múltiplos ocorrem em cerca de uma em cada 60 gestações, sendo mais comuns em mulheres acima dos 35 anos devido às alterações hormonais relacionadas ao ciclo menstrual.

Tendências Históricas e Regionais

Durante o baby boom, entre as décadas de 1940 e 1960, a Inglaterra e o País de Gales registravam cerca de 12 a 13 nascimentos múltiplos por 1.000 gestações, enquanto a idade média das mães era de 26 anos. Esse é o período em que nascimentos múltiplos eram menos prováveis.

Nas décadas de 1970 e 1980, a taxa de natalidade diminuiu devido à adoção de métodos de planejamento familiar e condições econômicas adversas. Isso levou à queda dos nascimentos múltiplos para cerca de 10 por 1.000 gestações. Já nos anos 1990 e 2000, as taxas aumentaram novamente, impulsionadas pela crescente idade das mães e pelo uso de tratamentos de fertilidade.

Com o avanço desses tratamentos, a taxa de gravidez múltipla chegou a 28% em alguns casos, mas também levou a preocupações com os riscos de partos prematuros. A campanha “One at a Time” promoveu a transferência de apenas um embrião por vez, reduzindo a taxa de nascimentos múltiplos decorrentes de tratamentos para 4% no Reino Unido.

Perspectivas Futuros e Desafios

Estudos prevêm que países de baixa renda experimentarão um aumento nos nascimentos múltiplos até o final do século, impulsionado pelo crescimento da idade materna. Dados de 2023 na Inglaterra e no País de Gales mostram que mulheres de 35 a 39 anos tiveram uma chance significativamente maior de partos múltiplos (1 em 57) em comparação com mulheres mais jovens (1 em 2.000 para menores de 20 anos).

Apesar dos avanços, o aumento dos nascimentos múltiplos traz desafios. No Reino Unido, a taxa de natimortos é quase o dobro em gestações de gêmeos, e as demandas financeiras e emocionais para as famílias são substancialmente maiores. O custo adicional pode ultrapassar £20 mil, comparado à criação de dois filhos não gêmeos em sucessão.

Com o aumento do uso de tratamentos de fertilidade – mais de 76 mil ciclos de fertilização in vitro realizados em 2021, em comparação com 6.700 em 1991 – as práticas em outros países também impactam o fenômeno. O turismo de fertilidade leva muitos casais a buscarem tratamentos no exterior, onde normas para transferência de embriões podem variar, aumentando o risco de gestações múltiplas.

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