Estava devendo dinheiro e quem me ajudou foi a TV, diz Erick Jacquin

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MARIA PAULA GIACOMELLI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Erick Jacquin afirma não saber mais se é um cozinheiro que aparece na televisão ou um cara da televisão que vai para a cozinha. “Descobri um novo mundo”, afirmou. “Nunca trabalhei na vida. Tudo o que é faço é diversão”.

Após ser jurado em duas edições do MasterChef em 2024, o chef volta às telas para salvar negócios à beira da falência. Em 7 de fevereiro, estreia a 4ª temporada de Pesadelo na Cozinha no serviço de streaming Max. Na Band, chega no dia 11.

São muitas as clássicas broncas e puxões de orelhas dados por ele em donos e cozinheiros exibidos numa prévia dos novos episódios, nesta quinta-feira (30), em uma unidade do restaurante Ça-va, em São Paulo. “Às vezes as pessoas me provocam, mas sou assim. Não faço papel nenhum”, disse. “Às vezes me arrependo também. Vendo o vídeo agora, pensei ‘meu Deus, que vergonha'”.

O francês relembrou que já foi questionado por alguns dos participantes como poderia salvar restaurantes se já tinha “quebrado” antes.

“Quebrei muito feio, fiquei com muita vergonha. Você tem poucos amigos, muito pouco. Sei o que é isso. Ninguém me ajudou. Quem me ajudou foi a TV e o MasterChef, dei a volta por cima e consegui pagar as minhas dívidas”, afirmou. “É muito legal poder ajudar quem precisa.”

Segundo o chef, a primeira mercadoria que um restaurante precisa é dinheiro, mas muitos dos participantes do reality abrem sem nada.

“[O dono] Vende o almoço para comprar a janta. Tem muita gente desesperada e descontrolada, então abandonam porque pensam ‘vai fechar mesmo’. Aprendi a obedecer e organizar, antes não era assim. Hoje pergunto ‘posso comprar?’.”

A nova temporada vai ter momentos inusitados nos bastidores das cozinhas, como um pote de tomate seco mofado, fígado de boi há um mês na geladeira e uma luva térmica escura de tanta sujeira. Na coletiva, Jacquin relembrou um dos episódios mais marcantes da última temporada.

“No Pé de Fava, o dono desligava o freezer durante à noite para economizar. Guarulhos é bem histórico para a gente. Nessa vai ter [proprietário] que pintava a geladeira dentro para não reformar e economizar”, falou. “São coisas que não são normais.”

ÇA-VA

A rede de bistrô de Jacquin já tem seis unidades e ele, junto do sócio, pretende abrir outras mais pelo Brasil. A marca, no entanto, foi adquirida após a morte de um senhor que teve o negócio salvo por Jacquin em Pesadelo na Cozinha.

Localizada atrás do Museu de Arte de São Paulo, o Ça-va original, que servia comida francesa, quase não se sustentava mais. Antônio, o dono, morreu de Covid na pandemia, e seus filhos consideraram fechar o estabelecimento.

“Eu tinha dificuldade de brigar com o Antônio porque ele me lembrava a França. Os filhos dele me ligaram e disseram que iriam fechar o local, mas quis continuar a história dele.”

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