Dr. Flávio Sekeff Sallem Explica como a Toxina Botulínica vem Revolucionando Tratamentos Neurológicos

A toxina botulínica, popularmente conhecida como Botox, ultrapassou seu uso estético e tornou-se uma aliada poderosa no tratamento de várias doenças neurológicas. O Dr. Flávio Sekeff Sallem, PhD pela FMUSP e especialista em desordens de movimento, destaca: “A toxina botulínica começou a ser usada na pesquisa na década de 70 e na clínica na década de 80 para tratamento de estrabismo, espasmo facial e blefaroespasmo. Começou a ser utilizado na década de 90 para rugas glabelares e posteriormente para rugas em geral. Então, o tratamento estético é posterior ao tratamento oftalmológico e neurológico.”


Atualmente, a toxina botulínica é utilizada no tratamento de diversas condições neurológicas. Segundo o Dr. Flávio, “blefaroespasmo, distonia em geral, que é uma contração muscular involuntária de agonista e antagonista muscular… espasticidade pós-AVC, espasticidade pós-lesão medular ou esclerose múltipla, paralisia cerebral, sialorreia, hiperidrose, cefaleia, enxaqueca, dores em geral, neuralgias, como neuralgia pós-herpética (NPH), por exemplo, causada por Herpes Zoster, dor lombar, neuralgia do occipital.”


A toxina botulínica atua bloqueando a liberação de acetilcolina nas terminações nervosas, impedindo a contração muscular excessiva. “As pessoas tendem a achar que a toxina botulínica enrijece o músculo, é exatamente o contrário. Ela enfraquece o músculo, mas não é só o músculo. A toxina botulínica também age sobre condições centrais, torna possível mexer no cérebro à distância.”
Os benefícios para os pacientes são significativos: “melhora da dor, da rigidez muscular, dos movimentos, melhoria de qualidade de vida.”

Procedimento e Segurança
A aplicação é realizada em consultório, utilizando agulhas finas para minimizar o desconforto. “Geralmente é um procedimento que dói um pouquinho porque é com agulha. No meu consultório uso agulhas finas que doem pouco e que levam a uma aplicação quase indolor. Você pode utilizar anestésicos locais na pele para aplicação, a aplicação dura pouco, dependendo do tipo de músculo ou local onde você vai aplicar, ela pode durar menos de 15 minutos. A aplicação deve ser realizada uma vez a cada 3 a 4 meses para manter a qualidade”, afirma o médico.


Quanto aos efeitos colaterais, o Dr. Flávio ressalta que são geralmente locais e temporários, como fraqueza muscular na área tratada. “Os sintomas sistêmicos, diarreia, febre, mal-estar ou até mesmo sintomas de botulismo só ocorrem quando você faz doses muito altas, caso contrário, isso provavelmente não vai acontecer.”

Futuro Promissor
O futuro da toxina botulínica na neurologia segue sendo promissor. “Estão saindo novas toxinas com tempo de duração mais longo e com menos perfil de produção de anticorpos. Então o futuro é muito promissor e a toxina, sim, é uma medicação utilizada para mil e uma utilidades.”


Para profissionais que desejam ampliar seus conhecimentos, o Dr. Flávio coordena o Curso de Atualização em Toxina Botulínica em Doenças Neurológicas, oferecendo aulas teóricas e práticas sobre as diversas aplicações terapêuticas da toxina.
A toxina botulínica segue expandindo suas fronteiras terapêuticas, trazendo esperança e melhoria na qualidade de vida de muitos pacientes com distúrbios neurológicos.

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