Em processo de fusão, Gol a Azul reduzem serviço de bordo

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ANA PAULA BRANCO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Em meio a um processo de fusão, as companhias aéreas Gol e Azul implementaram um modelo mais enxuto de serviço de bordo nos voos nacionais. As mudanças fazem parte de ajustes operacionais das empresas, que estão em processo de reestruturação e enfrentam a alta dos custos de operação impactados pelo preço do combustível de aviação (QAV) e pelo dólar.


A Azul foi a primeira a reduzir a oferta de alimentos e bebidas aos passageiros. Desde setembro do ano passado, os que viajam em voos de até 45 minutos recebem apenas água mineral. Em rotas mais longas, a empresa mudou seu o famoso conceito de “snacks à vontade” e, agora, oferece um salgadinho por passageiro, além de água e, em determinados horários, uma escolha de suco ou refrigerante. O café está disponível em voos acima de duas horas e em algumas rotas específicas.


Em comunicado aos tripulantes na época, a Azul disse que a redução é temporária e motivada por dificuldades no abastecimento, mas ainda não há previsão para retomada do serviço anterior.


À reportagem a empresa diz que o serviço oferecido atualmente a bordo de seus voos segue gratuito e “que vem estudando uma série de novas possibilidades” para “proporcionar uma experiência do cliente diferenciada, àqueles que assim optarem”.


Um dos planos da Azul seria o de vender lanches quentes e bebidas alcóolicas a bordo, mantendo a distribuição gratuita de um petisco por passageiro. A empresa afirma que qualquer mudança será amplamente comunicada em momento oportuno.


Em entrevista à Aeroin em outubro do ano passado, durante a 20ª edição do ALTA AGM & Airline Leaders Forum, o CEO da Azul, John Rodgerson, confirmou os rumores do sistema de venda a bordo e disse que não dá para comparar o mercado de antes da pandemia com o de agora. “O custo das balinhas subiu cinco vezes e tivemos que retirar do serviço por um tempo”, disse Rodgerson à agência.


Já a Gol, desde o primeiro dia deste ano, eliminou a oferta de lanches e bebidas em voos com até uma hora de duração, mantendo apenas água, servida sob demanda e sem gelo. A exceção é a ponte aérea entre São Paulo (Congonhas) e Rio de Janeiro (Santos Dumont), que continua oferecendo snacks, café e refrigerantes.


Em voos com duração superior a 60 minutos, a companhia mantém a distribuição de café, água, refrigerante e um snack, que pode ser um pacote de cookies, salgadinho, biscoitos recheados ou chips de batata-doce a depender do horário do voo. A oferta de suco foi retirada do cardápio nos voos domésticos.


Já nos voos internacionais da Gol, o serviço de bordo varia de acordo com a duração da viagem.

Passageiros da classe Premium Economy contam com um pacote mais completo em viagens superiores a cinco horas e meia, incluindo refeição com opções para vegetariano e celíacos, lanches variados, sobremesas e bebidas quentes e frias, além de itens de conforto como manta, travesseiro e kit de amenidades.


A companhia afirma que realiza ajustes pontuais no seu serviço de bordo doméstico e internacional com foco na eficiência operacional.


Na contramão das concorrentes, a Latam, que domina o setor aéreo brasileiro junto a Azul e Gol, ampliou seu serviço de bordo e criou uma opção premium em voos nacionais, com um cardápio mais variado de snacks e bebidas. Recentemente eleita pelos paulistanos como a melhor companhia aérea em pesquisa do Datafolha, a empresa também se destacou no ranking do World Airline Awards, premiação internacional do setor. Em algumas rotas, o serviço de bordo inclui pratos assinados por chefs brasileiras.


A fusão entre Azul e Gol, anunciada em janeiro, está em fase de avaliação pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Caso aprovada, a operação consolidará as duas companhias em um único grupo, formando uma empresa com cerca de 60% do mercado de voos domésticos brasileiros, superando os 40% da Latam, segundo dados da Anac.

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