1976 –  PRIMEIRO CANDANGÃO

ceubb

O primeiro campeonato para profissionais promovido pela Federação Metropolitana de Futebol-FMF tinha tudo para ser um sucesso, após a disputa de um animado Torneio Imprensa, vencido pelo Grêmio Esportivo Brasilense, contra Ceub (foto), Brasília EC, Gama e Taguatinga, que começara como Pioneira, o nome da empresa de ônibus coletivos dentro da qual fora formado.

O campeonato  começou com o que deveria ser o clássico candango – Ceub 1 x 1 Brasília -, no já demolido Pelezão (Estádio Edson Arantes do Nascimento), pela Taça Brasília que pretendia ser imitação da carioca Taça Guanabara, valendo o título do primeiro turno. O Ceub foi o campeão (merecidamente) e garantiu vaga na decisão final. No segundo turno repetia-se tudo, enquanto o terceiro reuniria os campeões dos dois turno e mais os dois com maior número de pontos em ambos.

Tudo ia bem, quando, de repente, a Confederação Brasileira de Desportos-CBD  (atual CBF) exigiu que o campeão candango fosse apressado, para confecção da tabela do Campeonato Nacional e a Loteria Esportiva armar os seu volantes semanais. Então, a FMF reuniu os clubes em assembleia geral e decidiu-se dividir os times em duas chaves, com os campeões de cada uma delas decidindo o título do returno e o vices- classificando-se para o terceiro turno.

O Ceub venceu a Chave A e o Grêmio Brasiliense a B, enquanto o vice seria decidido por Humaitá x Brasília, ou Brasília x Taguatinga, que tinha um jogo sub judice contra o Grêmio, acusado de estar irregular junto à FMF. Novo rebu. Em vez de segundo turno, foi  iniciada uma seletiva por Ceub, Brasília, Humaitá e Taguatinga. O Grêmio entrou com mandado de segurança na Justiça comum, tentando parar a disputas, mas a FMF derrubou a ação. Dali por diante ninguém se entendeu mais. Pintaram ações de todos o lados e a CBD exigiu a retirada de todas elas, sob pena de deixar os times candangos fora do Campeonato Nacional.

Enfim, o Ceub vencedor da Taça Brasilia e de um desses torneios enrolados (a partir do segundo turno) terminou encerrando as suas atividade no futebol. E, como na paulista Campinas, o partido político  do governo militar que mandava no país –Aliança Renovadora Nacional-ARENA  – não conseguia vencer o MDB – Movimento Democrático Brasileiro -, o presidente da CBD, almirante Heleno Nunes, irmão o também almirante Adalberto de Barro Nunes, ex-ministro da Marinha-1969/1974), tirou a vaga de Brasília e a entregou à Ponte Preta, de Campinas. Matou o futebol brasiliense que estava indo tão animado. Poucos ficaram sabendo que o Brasília vencera o I Candangão, decidindo com o Humaitá, que mudara de nome para Guará Esporte Clube.     

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