Corrida de rua ajuda a prevenir doenças no sistema vascular

corrida de rua

Maiara Marinho
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Nos últimos seis anos, o Distrito Federal registrou mais de 100 mil internações autorizadas pelo sistema público de saúde devido a doenças do sistema circulatório. Somente em 2024, foram mais de 15 mil. Embora a maior taxa de internação seja de pessoas acima dos 60 anos, os resultados demonstram que mais de 40 mil pessoas entre 20 e 59 anos foram internadas no período.

Os dados são do InfoSaúde, da Secretaria de Saúde (SES/DF). A corrida de rua surge como uma possibilidade barata e acessível para prevenir varizes, insuficiência venosa crônica, aneurismas e doença arterial periférica, algumas das enfermidades que podem acometer o sistema vascular.

“A corrida traz diversos benefícios para a saúde vascular, pois melhora a circulação sanguínea, fortalece as paredes dos vasos e ajuda a prevenir problemas como varizes e trombose”, explicou o médico Rodolpho Reis, angiologista e cirurgião vascular. Isso porque, de acordo com o médico, quando corremos, os músculos das pernas atuam como uma bomba, auxiliando o retorno do sangue ao coração e reduzindo a estagnação do fluxo sanguíneo. “Além disso, a prática regular ajuda a controlar a pressão arterial, reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL), diminuindo o risco de doenças cardiovasculares”, disse Rodolpho.

Embora o exercício físico ao ar livre possa ser feito sem a necessidade de recomendação médica, para benefícios cardiovasculares e vasculares, a indicação é realizar três horas de caminhada e pelo menos uma hora e quinze minutos de corrida por semana. “Para a saúde vascular, é ideal alternar entre corrida e caminhadas, especialmente para iniciantes, evitando impactos excessivos que podem sobrecarregar os vasos sanguíneos”, recomendou o médico.

Há 21 anos atuando como cirurgião vascular no Distrito Federal, Rodolpho percebeu, nos últimos anos, um aumento significativo da prática de atividades físicas na rua. Na avaliação dele, isso decorre do maior acesso à informação sobre os benefícios do exercício e de uma preocupação crescente das pessoas com a saúde e o bem-estar. “O ideal é começar aos poucos, com alternância entre caminhada e corrida, investir em calçados adequados e manter uma boa hidratação. Quem tem histórico de problemas vasculares deve consultar um especialista antes de iniciar qualquer atividade intensa”, destacou.

Bem-estar e redução da ansiedade

Desde os 22 anos com o hábito de correr, aos 43 anos, a empresária Marina Figueiredo decidiu se dedicar a percorrer distâncias maiores e com mais frequência há um ano. “Fiz uma prova de 10 km, vinculada ao meu trabalho, e completei sem me sentir sobrecarregada. Desde então, me empolguei. Passei a correr todas as provas de 10 km e, em três meses, estreei em meias maratonas”, contou.

A empresária corre ao ar livre três vezes por semana e participa de pelo menos duas corridas por mês. Ainda, acumula um histórico de cerca de 50 provas. “Meus filhos sempre correram comigo, desde que nasceram, já no carrinho de bebê”, disse. Para ela, o exercício resulta em mais disposição para as tarefas do dia. “As pessoas dizem muito para mim: ‘Nossa, Marina, você não cansa? Além de trabalhar, cuidar dos filhos, você corre, faz musculação’. Eu brinco que ‘a gente cansa para descansar’”, contou.

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Foto: Arquivo pessoal.

Para a acupunturista Érica Suaiden, 39 anos, desde que começou a fazer corrida de rua, percebeu uma melhora significativa na qualidade do sono, na redução da ansiedade e na diminuição das oscilações de humor. “Essas melhorias se tornaram uma grande motivação para eu continuar correndo”, relatou.

A história de Érica com a corrida começou acompanhando o marido em algumas provas de rua. Mas foi na pandemia que ela aumentou a frequência e, em 2022, ao cruzar a linha de chegada em sua primeira prova, se apaixonou pela prática. “A partir daí, passei a treinar com mais regularidade, busquei um professor que me orientasse com planilhas de treino e me inscrevi em várias provas. Em 2023, decidi me desafiar e participar da minha primeira meia maratona”, contou.

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