Nova espécie de aranha é descoberta na Mata Atlântica

Uma nova espécie de aracnídeo foi identificada na Mata Atlântica, em Minas Gerais, graças a uma colaboração entre um fotógrafo local e cientistas especializados. A descoberta ocorreu a partir de um registro feito por Ednardo Martins, morador do Quilombo Mumbuca, comunidade que se sobrepõe parcialmente à Reserva Biológica da Mata Escura (Rebio), situada no norte do estado, entre os municípios de Jequitinhonha e Almenara.

Durante uma expedição de campo em 2022, Martins avistou e fotografou um aracnídeo com características incomuns, e a imagem foi compartilhada na plataforma de ciência cidadã iNaturalist. O registro chamou a atenção do pesquisador Adriano Kury, do Museu Nacional da UFRJ, que inicialmente suspeitou se tratar de uma espécie de opilião, que não era registrada desde 1940.

Após uma investigação mais detalhada e uma nova expedição ao campo, Kury confirmou que o aracnídeo fotografado por Martins representava uma espécie até então desconhecida. Isso levou à descrição formal de uma nova espécie de opilião, batizada de Cajango ednardoi.

A descoberta foi publicada em janeiro de 2023 no periódico Zootaxa, em um artigo assinado por Adriano Kury e Alexia Granado. A nova espécie é a quarta conhecida do gênero Cajango e a primeira com ocorrência no estado de Minas Gerais. Diferentemente das outras espécies do gênero, que preferem altitudes inferiores a 600 metros, o C. ednardoi é encontrado em habitats entre 750 e 1.100 metros de altitude, em áreas montanhosas da Mata Atlântica.

Fotógrafo Ednardo Martins

Os opiliões, aracnídeos que possuem um corpo único (ao contrário das aranhas, que têm o corpo dividido em duas partes), são comuns no Brasil, que abriga a maior diversidade conhecida dessa espécie, com mais de 1.000 delas registradas, principalmente na Mata Atlântica. A Rebio da Mata Escura, com seus 50,8 mil hectares, é uma área de grande importância para a conservação ambiental, com destaque para sua biodiversidade.

O nome Cajango ednardoi foi escolhido em homenagem a Ednardo Martins, cujo olhar atento à fauna local foi essencial para a descoberta. A Reserva Biológica da Mata Escura continua a ser uma área protegida fundamental para a preservação da biodiversidade e do ecossistema da Mata Atlântica em Minas Gerais.

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