Surdo e com paralisia cerebral, jovem goiano comemora aprovação no curso de Ciências da Computação

Aos 24 anos, Marco Antônio Mariano, jovem surdo e com paralisia cerebral, foi aprovado no curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Catalão (UFCAT) pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Sua conquista representa um avanço para a inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior e reforça a importância da acessibilidade na educação.

Desde cedo, Marco Antônio enfrentou barreiras impostas pela falta de acessibilidade na educação, mas jamais desistiu. Aluno dedicado, obteve 840 pontos na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), um resultado que o levou à conquista de uma vaga em um dos cursos mais concorridos da UFCAT. 

Um futuro promissor 

Atuante na Associação da Comunidade Surda de Catalão, Marco já contribui para a acessibilidade no mundo digital. Ele é responsável pelo desenvolvimento de um jogo educativo para ensinar Libras, a Língua Brasileira de Sinais. Seu projeto foi apresentado na Campus Party, em Goiânia, um dos maiores eventos de tecnologia do país.

Para celebrar essa conquista, amigos, familiares e colegas organizaram um “trote” simbólico na Represa Clube do Povo, em Catalão. Filho de Cléria Martins Lino e Silva e Sandro Roberto da Silva, Marco sempre contou com o apoio da família em sua jornada acadêmica.

Durante uma entrevista à TV Record, Marco compartilhou a emoção de realizar um sonho e ressaltou sua vontade de seguir adiante: “Eu fiquei muito feliz, explodiu uma emoção de felicidade em mim. Meu sonho é desenvolver jogos e trabalhar na área de tecnologia”.

Para ele, a aprovação representa também um compromisso com a comunidade: “É muito importante eu ser uma referência para outras pessoas, os surdos, as pessoas com paralisia cerebral e também mostrar pras pessoas do Brasil que elas podem”.

Sua mãe, Cléria, relembra os desafios enfrentados, mas também destaca a importância da perseverança: “Não é fácil, mas também não é impossível. Continuem com seus filhos, lutem por eles. Dê todo o apoio necessário que eles precisam”.

O papel da educação inclusiva

Na entrevista, Marco Antônio reforçou a importância do papel dos professores, da família e da sociedade na jornada acadêmica de pessoas com deficiência. “É muito importante a família estimular, o pai e a mãe sempre presentes, estimulando. A família dos surdos e das pessoas com deficiência precisa estar junto, ajudando, sempre presente nos estudos. Os professores também são fundamentais, é muito importante que eles acreditem nos seus alunos. O surdo é capaz desde que ele tenha acesso à comunicação na sua língua”.

Para o futuro, Marco tem objetivos claros: “Eu preciso aprender a programar para desenvolver os jogos, é um desafio muito grande para mim, mas eu vou conseguir”.

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