Gastos com álcool na Bahia cresceram para R$ 2,2 bilhões em 2024

Na Bahia, mais de R$ 2,2 bilhões foram gastos em bebidas alcoólicas em 2024, uma alta de 13,09% em comparação com o ano de 2023 e dado maior do que o consumo nacional que foi de 8,7% em relação ao ano anteriorO dado é um levantamento realizado pelo IPC Maps, empresa que utiliza metodologias exclusivas para cálculos de potencial de consumo nacional a partir de dados demográficos, quantidade de empresas e potencial de consumo segmentado em 22 categorias de consumo. A estatística de consumo e o potencial de gastos com bebidas alcoólicas vai depender da variação em seis classes econômicas.As classes A e C puxaram o cenário de alta no estado baiano em 2024, com gastos de R$109.771.380 e de R$1.001.708.051, respectivamente, em bebidas alcoólicas. Em relação à variação de 2024/2023 na Bahia, o potencial de consumo na classe A foi de 28% enquanto a da classe C foi de 18,8%.

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Para Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, o trabalho realizado analisa o crescimento do consumo entre as classes, em todos os municípios brasileiros, em cerca de 5.700 cidades. O resultado final é a soma do crescimento de consumo das classes econômicas“Por exemplo, na Bahia, entre 2023 e 2024, a avaliação de despesas com bebidas alcoólicas foi de 13,1%. Se você analisar as classes, você vê que a classe A, que é a que tem o poder aquisitivo mais alto, teve um aumento de 28%, subiu de R$ 85,8 milhões de reais para R$ 109,8. Por outro lado, apesar do percentual ser menor, o valor absoluto é maior na classe C, que saiu de um consumo de 843 milhões para mais de um bilhão de reais agora em 2024. Todas as classes tiveram variação positiva”, explicou o especialista.Segundo dados da empresa, em 2024 o setor registrou alta de 8,7% em relação ao ano anterior, passando de R$ 33,4 bilhões a uma movimentação superior a R$ 36,3 bilhões por parte das famílias brasileiras. Em 2023, a Bahia registrou um consumo de R$ 1,959 bilhão.Vendas de bebidasAinda conforme Pazzini, o IPC Maps conseguiu identificar uma ampliação de vendas de bebidas alcoólicas em estabelecimentos com serviços de alimentação. Segundo ele, essa movimentação tem atendido a uma alta demanda no Brasil.“É a lei da oferta e procura. Quando você tem a oferta, e de repente, a população já está predisposta a isso, é como se fosse um queijo com a goiabada. Dá tudo certo. Nós isolamos o serviço de alimentação, que são bares, restaurantes, lanchonetes em que o consumo acontece com uma frequência maior. Enquanto na média do Brasil, o crescimento dessas dessas empresas de serviço de alimentação foi de 2,7%, na Bahia a quantidade de empresas subiu 3,8%, ou seja, mostra a demanda maior. Os empresários estão vislumbrando essas oportunidades e a velocidade de abertura de empresa está maior do que na média nacional”, completou.

Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps

|  Foto: Divulgação

Custos com saúdeDe acordo com um estudo realizado pela Fiocruz Brasília, o consumo de bebidas alcoólicas representou um custo para o Brasil superior a R$ 18 bilhões em 2019. Deste total, mais de R$ 1 bilhão são de custos diretos com hospitalizações e procedimentos ambulatoriais no Sistema Único de Saúde (SUS).Os custos indiretos incluem as perdas de produtividade pela mortalidade prematura, licenças e aposentadorias precoces decorrentes de doenças associadas ao consumo de álcool, perda de dias de trabalho por internação hospitalar e licenças.Dentro das estimativas indiretas está o custo previdenciário, que atingiu mais de R$ 47 milhões em 2019. Desse valor, R$ 37 milhões são de gastos com o público masculino. Os homens representaram 86% das mortes em consequência do consumo de álcool, em que a maioria dos óbitos foram por doenças cardiovasculares, acidentes e violências.

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