PGR aponta ligação de Bolsonaro com 8 de janeiro e revela mensagem de militar: ‘Tropa continua com sangue nos olhos’

Segundo a denúncia, Bolsonaro recebeu mensagem do major-brigadeiro da Aeronáutica, Maurício Pazini Brandão, afirmando que o plano foi complementado com as contribuições da equipe do ex-presidente. Militar disse que aguardava na esperança de que o plano seria aplicado na prática. Bolsonaro liderava ‘núcleo crucial’ do golpe, segundo a PGR
A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro apontou ligação de Bolsonaro com os atos de 8 de janeiro.
A denúncia afirma que Mário Fernandes, à época chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República do governo Bolsonaro, atuava na interlocução entre o governo e os apoiadores do ex-presidente.
O documento mostra ainda fotos encontradas no celular de Fernandes confirmam a que esteve presente nos acampamentos montados em frente ao quartel general do Exército em Brasília em quatro ocasiões. Além disso, identifica “estreito vínculo entre o denunciado [Mário Fernandes] e as principais lideranças populares”.
Segundo o documento, Bolsonaro recebeu mensagem do major-brigadeiro da Aeronáutica, Maurício Pazini Brandão, afirmando que o plano foi complementado com as contribuições da equipe do ex-presidente e que aguardava na esperança de que seria aplicado na prática.
O major ainda complementa dizendo “A ‘minha tropa’ (hehehehe) continua com ‘sangue nos olhos’. […] Conversa hoje com o Amir. Desmobilizamos a tropa ou permanecemos em alerta?”.
O documento ainda aponta que o cenário de instabilidade após o resultado das eleições de 2022 foi fruto de uma “longa construção da organização criminosa que se dedicou, desde 2021, a incitar a intervenção militar no país e a disseminar, por múltiplos canais, ataques aos poderes constitucionais e a espalhar a falsa narrativa do emprego do sistema eletrônico de votação para prejudicar Jair Bolsonaro”.
A denúncia diz ainda que Mauro Cid confirmou que Bolsonaro estimulava a expectativa da população, a fim de provocar uma ação que justificasse a intervenção das Forças Armadas.
“O então Presidente sempre dava esperanças que algo fosse acontecer para convencer as Forças Armadas a concretizarem o golpe. O colaborador [Cid] inclusive afirma que esse foi um dos motivos pelos quais o então Presidente Jair Bolsonaro não desmobilizou as pessoas que ficavam na frente dos quarteis”, diz a denúncia.
O documento ainda afirma que Cid se lembra de que os comandantes das Três Forças assinaram uma nota autorizando a manutenção da permanência das pessoas na frente dos quarteis por ordem do então Presidente Jair Bolsonaro”.
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