México pede aos EUA extradição do traficante ‘Mayo’ Zambada

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O governo mexicano pediu diversas vezes aos Estados Unidos que extraditassem Ismael “Mayo” Zambada depois que ele foi detido ilegalmente nos EUA em julho do ano passado, informou a Procuradoria-Geral nesta terça-feira (25).

Na coletiva de imprensa presidencial, o promotor Alejandro Gertz revelou que Washington foi solicitado “em quatro ocasiões” a entregar o traficante, que pede para ser repatriado ao México diante da possibilidade de ser condenado à morte.

O funcionário explicou que os pedidos de extradição foram apresentados à administração do democrata Joe Biden, que deixou a Casa Branca em 20 de janeiro.

“Não recebemos nenhuma resposta”, disse Gertz, que pela primeira vez falou publicamente sobre esses esforços com os Estados Unidos.

O funcionário explicou que Zambada enfrenta três mandados de prisão no México ligados ao tráfico de drogas.

O chefão de 77 anos, por décadas chefe do cartel de Sinaloa, foi preso em 25 de julho do ano passado pelas autoridades americanas depois de aterrissar em um avião particular em um aeroporto perto de El Paso, no Texas, para onde foi levado por um filho de seu ex-sócio Joaquín “Chapo” Guzmán, condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos.

Zambada afirmou que se tratava de um sequestro, enquanto o governo mexicano alegou não ter sido informado sobre o caso pelas autoridades americanas.

A Procuradoria-Geral iniciou uma investigação sobre os crimes de “sequestro” e “transporte ilegal”, disse Gertz, sem detalhar o andamento das investigações.

Em agosto passado, a agência anunciou que acusaria os responsáveis pela entrega de Zambada aos Estados Unidos de “traição”.

Em 21 de fevereiro, tornou-se pública uma carta que Zambada enviou ao governo mexicano solicitando a assistência consular do México em seu julgamento em Nova York.

“Se o governo do México não agir (…) serei condenado à morte sem dúvida alguma”, disse o veterano chefão das drogas na carta.

© Agence France-Presse

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