BC cita desafios tecnológicos em testes do Drex e prevê acompanhamento maior em nova fase

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O projeto piloto do Drex, moeda digital em desenvolvimento pelo Banco Central, mostrou-se desafiador do ponto de vista tecnológico, e vem demandando um acompanhamento mais intenso do que o previsto inicialmente, disse a autarquia nesta quarta-feira (26).

Ao divulgar relatório da primeira fase do piloto do Drex e uma chamada para a segunda etapa de testes, o BC disse que só avançará nas soluções que garantam privacidade, proteção de dados e segurança das transações.

A autarquia revisou diretrizes do projeto piloto em maio de 2024, quando apontou que as soluções tecnológicas de privacidade testadas até aquele estágio não apresentaram a maturidade necessária para garantir o atendimento de requisitos relacionados à privacidade dos cidadãos.

Nesta quinta, o BC disse que decidiu não incluir neste momento novos casos de negócio propostos por representantes do mercado na segunda fase de testes.

“O piloto se mostrou desafiante do ponto de vista tecnológico, e vem demandando na segunda fase um acompanhamento mais intensivo do que o antecipado”, disse em nota.

“O BC entendeu ainda que as propostas apresentadas não apresentaram diferenciação suficiente em relação aos casos já em teste que justificasse a alocação de recursos necessária para seu acompanhamento.”

Na nota, a autoridade monetária disse que o Drex é um projeto que deve aumentar a segurança e a eficiência do Sistema Financeiro Nacional, ressaltando que os passos seguintes de sua elaboração dependerão dos resultados da segunda fase.

Em outubro, o coordenador do projeto, Fabio Araujo, já mostrava preocupação com esses itens e afirmou que a população só seria incluída nos testes após o BC estar seguro sobre a privacidade e a segurança. Se o plano avançasse como o previsto, ele previa que essa etapa poderia ocorrer entre o fim de 2025 e início de 2026.

“Todas as soluções que testamos não atingiram completamente as especificações que dariam um conforto pleno para poder levar isso para os indivíduos. A gente tem que garantir que a LGPD [Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais] esteja sendo atendida”, disse Araujo em entrevista à Folha na época.

Além da questão da privacidade, Araujo adiantou que o BC discutiria a governança dos serviços financeiros na segunda etapa de testes. Transações com imóveis e veículos são alguns dos 13 temas selecionados para o desenvolvimento do Drex e envolvem outros reguladores.

Com isso, a discussão também abrangerá entidades como ONR (Operador Nacional do Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis), CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Com informações de Nathalia Garcia

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