Fotógrafo descobre aracnídeo em MG e nova espécie é batizada com seu nome

fotógrafo

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Uma nova espécie de opilião, da classe Arachnida, foi encontrada em 2022 pelo monitor ambiental e fotógrafo Ednardo Martins na Reserva Biológica da Mata Escura, em Minas Gerais. A descoberta foi publicada no último mês de janeiro, no periódico Zootaxa.

Fotos de Ednardo Martins chamaram a atenção de Adriano Kury, curador de aracnídeos do Museu Nacional da UFRJ. Registradas na Rebio Mata Escura, as imagens foram publicadas na plataforma iNaturalist e, ao vê-las, o especialista reconheceu o animal como pertencente ao gênero Cajango.

Espécie foi batizada com o nome do fotógrafo. Para homenagear o profissional que registrou o opilião, os cientistas Adriano Kury e Alexia Granado, autores do estudo o nomearam como Cajango ednardoi.

“Em 2022, durante um dia de campo, eu encontrei esse opilião. Peguei a foto e postei no iNaturalist. Pouco tempo depois, um professor da UFRJ (Adriano Brilhante Kury) viu o registro e tentou entrar em contato comigo. Ele imaginou se tratar de uma espécie que havia sido descrita por ele e que os últimos registros haviam sido feitos na década de 1940 em Camacan, na Bahia”, disse Ednardo Martins, fotógrafo.

Ednardo contou que o cientista Adriano Kury organizou uma expedição para encontrar junto a ele o opilião registrado. “Na primeira, não obtivemos sucesso. Após o retorno dele, eu consegui encontrar o opilião novamente. Logo, ele organizaria outra expedição para tentar encontrar, dessa vez com sucesso.

Mantivemos contato o tempo todo”, explicou Ednardo ao portal ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

O fotógrafo trabalha na Reserva Biológica Mata Escura (Rebio), cuja sobreposição é o Quilombo Mumbuca, local onde nasceu e cresceu. O território está localizado entre Jequitinhonha e Almenara, em Minas Gerais. A Rebio da Mara Escura foi criada em 2003 e protege mais de 50 mil hectares de Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do país.

“Por ser da região, conhecer lugares e pessoas eu sempre era acionado para acompanhar pesquisadores em trabalhos de campo. Me empolguei com o trabalho dos pesquisadores. Comecei a enxergar a natureza como ela é. Fiz economia e almejei a aquisição da minha primeira câmera fotográfica. Sair pro mato pra observar a natureza e fotografar passou a ser minha maior diversão. Eu sabia que havia muita coisa para ser mostrada e que havia grande chance que eu pudesse encontrar também espécies novas dentro da Mata Escura”, disse Ednardo Martins.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.