Suspensão da exportação de carnes bovinas da China pode baratear preço do alimento; entenda

A suspensão temporária da compra de carnes bovinas por parte da China pode fazer com que o preço do alimento caia no Brasil. Atualmente, a arroba do boi gordo gira em torno de R$ 318 – fazendo com que o valor do quilo da carne de primeira nos açougues chegue a R$ 60, a depender do corte.

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Maior mercado de carnes do Brasil, a Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) suspendeu nesta segunda-feira, 3, as compras de carne bovina da JBS, em Mozarlândia (GO); da Frisa, em Nanuque (MG); e da Bon-Marte, em Presidente Prudente (SP) por “não conformidades” em relação aos “requisitos chineses para o registro de estabelecimentos estrangeiros”.

“Sempre que há uma suspensão nas exportações, o reflexo imediato é de baixa nos preços do mercado interno, nunca de alta. Porém, essa suspensão é de uma unidade específica e não compromete o volume de exportação da carne bovina no geral”, explica ao Jornal Opção o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas no Estado De Goiás (Sindiaçougue), Silvio Yassunaga.

Conforme Silvio, para evitar prejuízos, as empresas realizam manobras como transferir a oferta da região para outras plantas frigoríficas autorizadas a exportar. A ação já foi observada em 2022, quando o país asiatico também suspendeu a exportação de carnes brasileiras de unidades da JBS e da Martrig em Goiás, Mato Grosso e São Paulo. 

De acordo com o economista Oscar Rosa, o Governo Chines costuma suspender as compras para pressionar o mercado e, consequentemente, baixar o preço do alimento. Além do Brasil, foram suspensos outros dois frigoríficos da Argentina, um do Uruguai e outro da Mongólia – este último referente às carnes bovina e ovina.

“A China faz isso pra tentar reduzir o valor, já que ela é o maior mercado que o Brasil exporta. Ela é uma grande jogadora e, quando faz essas ameaças, quer tentar ganhar no preço. A China é um mercado externo importante no mundo, para qualquer país. É o segundo maior mercado mundial, atrás apenas dos Estados Unidos”, reforçou Oscar.

Empresas se mobilizam 

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou que está em diálogo com as autoridades competentes para resolver a questão, junto ao Ministério da Agricultura. A Abiec garantiu que os demais estabelecimentos habilitados seguem operando normalmente, assegurando o fluxo das exportações de carne bovina brasileira ao mercado chinês

“O Brasil reafirma sua confiança na robustez do controle sanitário nacional, conduzido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, e segue trabalhando ativamente para solucionar os questionamentos apresentados com celeridade, garantindo a segurança e qualidade da carne bovina exportada”, concluiu.

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