Material para recuperação de asfalto de Goiânia custará R$ 25,6 milhões

A Prefeitura de Goiânia vai desembolsar R$ 25,6 milhões para a compra de 70 mil toneladas de concreto betuminoso usinado a quente (Cbuq), material usado para pavimentação asfáltica. O termo de homologação da licitação aponta que cada tonelada custará R$ 366. A aquisição integra as ações da gestão de Sandro Mabel para a recuperação do asfalto das ruas capital, alvo de constantes reclamações devido à quantidade de buracos

A licitação tem origem no pregão eletrônico do ano passado, e atende a uma manifestação de parecer jurídico da Secretaria Municipal de Administração (Semad). A empresa contratada para o fornecimento do Cbuq foi a Construtora Goiana de Pavimentação e Mineração Ltda. O material adquirido, conforme o termo de homologação, é padrão Dnit, faixa C, com CAP 50/70.

Conforme apurado pelo Jornal Opção, com a aquisição, a Prefeitura deve intensificar as obras de tapa buraco na capital, uma das principais demandas da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra).

A pasta, inclusive, informou ter tapado 22,9 mil buracos em todas as regiões de Goiânia em janeiro deste ano. A identificação dos buracos ocorreu durante mutirões – quatro, no total – nas regiões Norte, Sul, Leste e Noroeste.

A área com mais buracos tapados, segundo a Seinfra, foi a região Sul. A secretaria destacou ter reparado 9.198 buracos no Jardim Bela Vista, Jardim da Luz, Parque das Laranjeiras, Parque Santa Cruz, Jardim Bela Vista, Vila Santo Antônio, Conjunto Fabiana, Vila Redenção, Vila Legionárias, Parque Flamboyant, Parque Atheneu, Jardim Mariliza, Chácara do Governador, Jardim Vitória, Residencial Arco Verde, Residencial Ville de France e Brisas do Cerrado.

Asfalto ruim, drenagem ineficiente

Um dos motes da campanha de reeleição, o ex-prefeito Rogério Cruz garantiu ter entregado 1,3 mil quilômetros e asfalto restaurado em sua gestão. Em setembro do ano passado, a um mês das eleições municipal, o então prefeito anunciou um plano de governo que prometia requalificar mais 2 mil quilômetros de massa asfáltica em Goiânia.

No entanto, a gestão chegou ao fim tendo, como uma das marcas, obras inacabadas. Conforme noticiado pelo Jornal Opção em dezembro de 2024, o governo de Cruz deixou 10 obras de pavimentação e recuperação asfáltica inacabadas e em atraso. Levantamento feito pela reportagem na época, com base em dados do Portal da Transparência, apontou que as obras em questão tiveram início entre abril e agosto de 2023.

Há, ainda, o questionamento por parte de especialistas quanto à qualidade e à forma da requalificação. Em entrevista ao Jornal Opção em janeiro deste ano, o engenheiro civil, professor da Universidade Federal de Goiás e coordenador-geral do Plano de Drenagem Urbana de Goiânia, Klebber Formiga, apontou diversos problemas nas ações de asfaltamento executadas na última gestão da capital.

Entre eles, segundo o engenheiro, o nível excessivo do asfaltamento, o que contribuiu para o soterramento das bocas de lobo – essenciais para a drenagem urbana. “Foi feito o asfaltamento de várias ruas de Goiânia. E como eu disse, o primeiro ponto de drenagem da cidade é a rua. E o que eles estão fazendo? Asfaltando por cima do asfalto já existente, reduzindo a vazão das bocas de lobo, devido ao aumento do nível do asfalto. Estão, literalmente, soterrando as bocas de lobo”, denunciou.

“Aquela tampa que fica no meio da rua, que são os postos de visita, estão passando o asfalto por cima. Como é que vai fazer a inspeção da rede assim? E estão fazendo a rua plana. Se você faz a rua plana, teremos o escoamento no meio dela. Se tem um escoamento no meio, você vai ter buraco na rua. Tudo isso é interligado. E isso tudo não foi lá da época da gestão do Iris Rezende, foi no ano passado”, afirmou o professor.

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