Suspeito de atentado no aeroporto de Cabul será julgado nos EUA

Um combatente talibã monta guarda nas pistas do aeroporto de Cabul, em 11 de setembro de 2021 na capital afegãKarim SAHIB

Karim Sahib

O dirigente do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) suspeito de organizar o ataque de agosto de 2021 no aeroporto de Cabul, que matou 183 pessoas, incluindo 13 soldados americanos, foi preso e será julgado nos Estados Unidos, informou o Departamento de Justiça americano.

O ataque ocorreu durante a retirada dos Estados Unidos do Afeganistão, que abriu caminho para a entrada dos talibãs em Cabul e provocou a fuga de milhares de afegãos para o aeroporto, em uma tentativa de escapar dos novos governantes do país.

Em uma das áreas de acesso ao aeroporto, protegida pelas tropas de Washington, um homem-bomba detonou uma carga explosiva que matou 170 afegãos e 13 soldados americanos.

O agressor que detonou os explosivos foi identificado como Abdul Rahman al-Logari, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA.

O ataque ocorreu em 26 de agosto de 2021. As tropas americanas evacuaram o aeroporto em 31 de agosto.

Criticando a retirada como “catastrófica e incapaz” sob o governo Biden, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a prisão do “terrorista responsável por esta atrocidade” em seu discurso ao Congresso na noite de terça-feira.

“Neste momento, ele está vindo para cá para enfrentar rapidamente a espada da justiça americana”, afirmou o republicano, que agradeceu ao Paquistão pela ajuda na captura.

O suspeito, considerado o “mentor” do ataque, é Mohamad Sharifullah, disse a secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, em um comunicado nesta quarta-feira.

O homem, que foi preso pelos serviços secretos do Paquistão com base em informações da CIA, será levado a um tribunal na Virgínia, onde poderá ser condenado à prisão perpétua, disse Bondi.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, agradeceu a Trump por ter reconhecido “em seu justo valor” o papel de seu país no apoio aos “esforços antiterroristas no Afeganistão”, em uma mensagem no X.

O Paquistão acusa o governo talibã de não eliminar os militantes que se refugiam em seu território para preparar ataques, acusações negadas por Cabul, que por sua vez culpa Islamabad por hospedar células “terroristas”.

O governo talibã rejeitou novamente essas acusações nesta quarta-feira e declarou em um comunicado que a prisão de Sharifullah “prova” que os esconderijos dos jihadistas estão em território paquistanês.

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