Haddad defende priorizar negociação com EUA e deve apontar ‘equívoco’ em tarifas

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NATHALIA GARCIA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) defendeu nesta quarta-feira (12) que o Brasil coloque em primeiro lugar a mesa de negociação já aberta com os Estados Unidos e disse que o país deve apontar aos americanos um “equívoco de diagnóstico” sobre tarifas.

“O presidente Lula falou [para ter] muita calma nessa hora. Nós já negociamos outras vezes em condições até muito mais desfavoráveis do que essa”, afirmou.

“Nós vamos levar a consideração do governo americano que é um equívoco de diagnóstico. De fato, os argumentos trazidos pela indústria brasileira são muito consistentes e vão ajudar o Ministério do Desenvolvimento na mesa de negociação”, acrescentou.

De acordo com o ministro, representantes do setor siderúrgico pediram “providências” tanto com relação às importações, em resposta à preocupação com o avanço do aço chinês pelo mundo, quanto às exportações brasileiras, impactadas pela sobretaxa dos EUA.

Na manhã desta quarta, Haddad se reuniu com Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, e outros representantes do setor. Também estiveram no encontro os secretários Rogério Ceron (Tesouro) e Guilherme Mello (Política Econômica).

As tarifas de 25% sobre aço e alumínio implementadas pelos Estados Unidos sobre todos os parceiros comerciais, “sem exceções ou isenções”, entraram em vigor nesta quarta-feira (12). A medida havia sido anunciada pelo presidente Donald Trump em fevereiro.

O Brasil é um dos principais exportadores de produtos semiacabados de aço, como blocos e placas, e também será afetado.

Segundo dados do governo dos Estados Unidos, no ano passado o Canadá foi o maior fornecedor de aço, em volume, para os americanos, com 20,9% do total, seguido pelo Brasil -16%, com 3,88 milhões de toneladas. Em janeiro, o país foi o maior exportador do mês em volume (499 mil toneladas).

A medida eliminou a cota mínima estabelecida. Até então, não eram aplicadas taxas ou tarifas de importação até um determinado volume de produtos importados. Agora, aço e alumínio importados estão sujeitos a tarifas, independentemente da quantidade comprada.

As tarifas afetarão US$ 147,3 bilhões (cerca de R$ 855 bilhões) em produtos derivados feitos desses metais.

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