A rebelião do PL em direção a Daniel Vilela. Prefeitos podem trocar o partido pelo MDB e pelo UB

Um líder do Partido Liberal está convocando reuniões com prefeitos — um deles teria gravado a conversa (e estuda enviá-la Tribunal Superior Eleitoral) — para pressioná-los a se afastar do vice-governador Daniel Vilela (MDB), que deve ser candidato a governador de Goiás em 2026, daqui a um ano e seis meses.

Na conversa, o membro do PL disse o seguinte: “Se vocês não se afastarem, urgente, de Daniel Vilela e de Ronaldo Caiado (União Brasil), vou pedir que Jair Bolsonaro grave um vídeo atacando-os”.

Eudes Araújo (prefeito de Novo Planalto), Jerônymo Siqueira (prefeito de São Miguel do Araguaia) e Daniel Vilela (vice-governador de Goiás): definindo aliados para 2026 | Foto: Divulgação

Os prefeitos ouviram, em silêncio, mas nenhum se intimidou e não vão se afastar nem do governador Ronaldo Caiado nem de Daniel Vilela.

O que deve acontecer? Possivelmente, em breve, ocorrerá uma debandada de prefeitos do PL em direção ao MDB de Daniel Vilela e ao União Brasil de Ronaldo Caiado.

O prefeito de Novo Gama, Carlinhos do Mangão, não quer sair do PL, pelo qual se elegeu duas vezes, mas é peremptório: vai continuar apoiando o governo de Ronaldo Caiado e vai apoiar Daniel Vilela para governador. No Entorno de Brasília, por sinal, há um movimento para colocar o gestor municipal (ou o deputado Wilde Cambão, do União Brasil) na vice.

Daniel Vilela, Amilton Filho e Márcio Corrêa: aliados em Anápolis em Goiás | Foto: Divulgação do MDB

O prefeito de São Miguel do Araguaia, Jerônymo Siqueira (uma revelação como gestor, tal a eficiência dos primeiros dias), também não quer sair do PL. Mas tende a apoiar a candidatura de Daniel Vilela. Tanto que, no momento, mantém ligações políticas fortes com o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (União Brasil), e com o deputado estadual Amilton Filho (MDB).

Jerônymo Siqueira é sobrinho de Wolney Siqueira, ex-deputado federal que foi muito ligado ao ex-governador Iris Rezende Machado, e primo de Wagner Siqueira, político ligado a Daniel Vilela. Suas conexões mais sólidas são com o MDB.

O prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa, é ligado, no PL, ao vereador Major Vitor Hugo, de Goiânia. A conexão entre o gestor municipal e Jair Bolsonaro foi feita pelo ex-deputado federal, o primeiro-amigo em Goiás do ex-presidente da República.

Major Vitor Hugo pode participar da chapa de Daniel Vilela como candidato a senador | Foto: Reprodução

Márcio Corrêa é amigo e aliado de Daniel Vilela há anos. Tanto que o vice-governador o apoiou para deputado federal, em 2022, e para prefeito de Anápolis, em 2024.

Em 2026, Márcio Corrêa tende a apoiar Daniel Vilela para governador. É a lógica da política: apoiar quem te apoiou.

Há outros prefeitos do PL planejando apoiar Daniel Vilela. Se continuarem sendo pressionados, vão trocar o partido pelo MDB e pelo União Brasil. Em breve.

Jair Bolsonaro prioriza senadores, não governadores

Enquanto Daniel Vilela oferece aliança e parceria, o membro do PL só oferece pressões, ameaças e cara-feia.

Há um detalhe extra: Major Vitor Hugo, um político articulado e bolsonarista-raiz (não bolsonarista fake, de ocasião), quer uma composição com Daniel Vilela. Ele poderia, por exemplo, ser o candidato a senador do PL em Goiás, na chapa do emedebista. Como se sabe, a principal aposta de Jair Bolsonaro é eleger senadores, não governadores.

Na chapa com Daniel Vilela e Gracinha Caiado, Major Vitor Hugo se tornaria um candidato a senador fortíssimo, quiçá imbatível. Jair Bolsonaro está sabendo disso. (E.F.B.)

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