“Público não sai ileso”, diz atriz de peça com reflexões “duras” sobre violência contra mulher 

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Por Catherine Machado Bastos
Agência de Notícias do CEUB

Reflexões sobre violências sutis e também explíticas que vitimam mulheres são a tônica do solo de dança-teatro “Pedra(p)Arida”, que retorna aos palcos de Brasília no próximo dia 28, no Sesc Gama. O trabalho conta com a performance da atriz Camila Guerra.

“É uma peça que não permite que o público saia ileso. A honestidade com que revelamos esses processos pode ser dolorosa, mas é necessária”, compartilha Camila Guerra.

O espetáculo estará em cartaz até o dia 30 no Teatro Paulo Gracindo, no Sesc Gama, e de 4 a 6 de abril no Teatro Iara Amaral, em Taguatinga.

O projeto é fomentado pela Lei Paulo Gustavo e tem como objetivo contemplar mulheres que, muitas vezes, não têm acesso a essas discussões.

O espetáculo havia sido encenado em 2022, também em março, para provocar reflexões sobre violência de gênero.

Denúncias

A peça procura revelar e denunciar situações cotidianas que são normalizadas pela sociedade de hoje em dia, mas que deveriam ser combatidas.

Pedra(p)Arida ganhou o prêmio Sesc + Cultura 2023 na categoria “desenvolvimento estético” e se destaca por não seguir a estrutura tradicional de começo, meio e fim.

São várias imagens de situações cotidianas e emblemáticas que a mulher vive, que vão se amarrando uma na outra para desvelar o patriarcado”, complementa Camila. 

   A atriz ressalta a importância de discutir temas muitas vezes invisíveis, mas que fazem parte da realidade de muitas mulheres, como a violência psicológica e a opressão constante sobre o corpo feminino.

Em seu monólogo, ela transita por diferentes tipos de violência, algumas tão enraizadas que muitas vezes as vítimas nem se dão conta de que estão sendo violadas.

Resistência

O espetáculo não apenas denuncia essa violência, mas também celebra a resistência da mulher, que, apesar de tantas quedas, sempre encontra forças para se levantar.

Segundo a atriz, ovaciona a mulher, seu corpo, sua forma e também a sororidade entre as mulheres, destacando a importância da união e a força coletiva diante das adversidades que o patriarcado traz. 

A atriz destaca a importância de que o público chegue ao espetáculo com a mente aberta, disposto a lidar com assuntos difíceis de forma honesta e direta

Foto: Divulgação @pedraparida/ Diego Bresani

Camila Guerra aponta que a arte tem um papel fundamental em trazer à luz questões que, muitas vezes, são naturalizadas pela sociedade.

Abusos

Ela defende que, quanto mais se fala sobre essas violências, mais se contribui para o processo de conscientização coletiva e, consequentemente, para a diminuição da tolerância a tais abusos. 

  Com a peça, Camila quer denunciar o patriarcado, mas também quer mostrar um mundo contemporâneo, em que as mulheres se cortam e injetam substâncias no próprio corpo para se encaixarem em um padrão de beleza. 

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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