Dois meses antes da eleição de 2024, Divino Lemes e sua mulher, Laudeni Lemes foram alvos de busca e apreensão e outras medidas cautelares a pedido de nove promotores de justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público de Goiás. Quase seis meses depois da votação, nesta quinta-feira 20 de março de 2025 o mesmo MP reconheceu a inocência do casal.
O juiz Inácio Pereira de Siqueira, da 2ª Vara das Garantias da Capital, escreveu na decisão que não há “nos autos elementos que comprovem a materialidade delitiva em relação aos investigados”. Autos são os documentos e outras peças que as partes enviam à Justiça. Materialidade delitiva é uma expressão que significa crime.
O reconhecimento veio um pouco tarde. Quando foi acusado, numa megaoperação que devassou sua casa e repercute até hoje na cidade, Divino Lemes era candidato a prefeito de Senador Canedo, na Grande Goiânia, que já havia administrado outras vezes. Estava em 2º lugar nas pesquisas. Ficou em 4º lugar nas urnas, com menos de 6% dos votos, após o desdobramento da Operação Sócio Oculto, do Gaeco.
Além de Divino e Laudeni, o Ministério Público investigou outras duas dezenas de pessoas acusadas de fraudes, desvios, corrupções, organização criminosa e outros crimes que não conseguiu comprovar. Pediu para sequestrar “em contas bancárias ou aplicações financeiras” R$ 186.328.593,35. “O Divino e a Laudeni não possuíam nem mil vezes menos do que isso. Alguns dos acusados não tinham nem os 35 centavos”, diz Demóstenes Torres, que atuou em conjunto com os advogados Caio Alcântara e Jéssica Soares. Segundo Caio, o fato de os clientes “terem sido prefeito e primeira-dama não autoriza presumir culpa e nem poderia justificar a operação que ocorreu.”
Divino emitiu a seguinte nota: “Ao receber a notícia do arquivamento da denúncia quanto a mim e a minha esposa, quero externar meus agradecimentos a Deus e aos meus advogados, e reiterar nossa confiança na Justiça”.
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