ESCÂNDALO INTERNACIONAL

germano

Aconteceu com Germano Batista de Sales, ponta-esquerda bicampeão mundial, em 1962, na reserva de Zagallo, sem jogar uma partida. Sujeito de estatura mediana e sem nenhum currículo de grandes conquistas amorosas, o atleta, levado pelo Milan, da Itália, depois da Copa do Mundo, encantou a condessa  Giovanna Augusta.   

 Assim que o pai da moça soube da história, fez de tudo para impedir o casamento, chegando a ameaçar a filha de deserdá-la. Mas a paixão de Giovanna por Germano superava tudo. Depois de defender o Milan e passar pela Fiorentina, o atleta trocou a Itália pelo belga Standard, de Liège, e Giovanna  o acompanhou, declarando que não queria um centavo do Conde Domenico Augusta, apenas que ele entendesse o seu coração.

Em Liège, os dois passeavam, de mãos dadas, apaixonadamente abraçados. De lá, Giovanna telefonou à mãe, avisando: “Se o papai fizer algum mal ao Germano, eu me matarei”. De sua parte, Germano apelava ao homem para deixá-los viver em paz. Garantia o que Giovanna dissera à mama: a sua filha seria muito feliz. Mas não foi preciso a condessinha se matar. Assim que a imprensa européia anunciou que a lei belga proibira aquele casamento, como desejava o Conde Augusta, os dois arranjaram um advogado para providenciar a união civil na Escócia.

 Antes de conhecer Giovanna Augusta, Germano só tinha um pensamento, ao ser contratado pelo Milan: fazer a independência financeira na Itália e depois voltar para o seu até então grande amor, o Flamengo.

Gostava tanto do rubro-negro carioca que não admitia vestir outra camisa no Brasil, e ficou amargurado quando se divulgou que ele seria negociado com o Corinthians.  No Milan, logo ganhou o apelido de Genaro e a amizade do capitão do time e da seleção italiana, o centro-médio (hoje, como se fosse um volante recuado) Baldini. Com o seu jeito de caipirão mineiro, Germano caiu logo na simpatia dos novos colegas. Rebatia as brincadeiras, chamando a turma de “gringos”. No seu primeiro jogo pelo rubro-negro italiano, estranhou um pouco a mudança de filosofia futebolística, mas não se deixou levar pelo nervosismo. No segundo tempo já estava se sentindo como se estivesse no Flamengo. Difícil era entender porque deveria levar para os treinos e jogos uma mala com todo o material de trabalho, inclusive a toalha de banho. Na Gávea, cada um tinha o seu armário, e o roupeiro se virava com o restante.

 O amor de Germano pela condessa e pelo Flamengo, no entanto, não foi eterno. Um dia, o casamento acabou, e quando ele voltou ao futebol brasileiro já não fazia tanta questão de ser rubro-negro. Foi vestir a camisa do Palmeiras.    

Adicionar aos favoritos o Link permanente.