CHICO DA CAMISA MIL 

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O meu amigo Valdir Appel, goleiro do Vasco pela década-60, enviou-me e-mail contando histórias do Chico, o massagista cruzmaltino que vestiu a camisa 1000, em Pelé, após o “Rei do Futebol” marcar seu milésimo gol, durante os 2 x 1 Vasco da Gama, em 19 de novembro de 1969, no Maracanã, quando ele (Valdir) estava no banco dos reservas vascaínos, juntamente com Francisco Pinto da Silva, o Chico, e nem imaginava que o sujeito escondia junto ao corpo uma camisa do Vasco da Gama, com o número 1.000 nas costas. 

chico

Conta-me o  Valdir: “Logo após o Andrada (goleiro vascaíno) ter socado o chão, inconformado com a marcação do gol que Pelé dedicou às criancinhas, o Chico misturou-se a jogadores, repórteres e curiosos, e conseguiu vestir a camisa cruzmaltina no “Rei”, que fez volta olímpica pelo gramado do Maracanã.

Depois do jogo, o Chico ainda conseguiu autógrafos por Pelé em bola e camisa.

Outra história do Chico, que o Valdir me envia. “Em um jogo nosso, no Maracanã, contra o Botafogo, o Chico e protagonizamos momento hilário para o público. Levei uma bolada na coxa esquerda e caí, gritando,  tamanha era a dor. O socorro do Chico chegou rápido. Ele ajoelhou-se do meu lado e, inadvertidamente, jogou éter no local contundido, atingindo sem querer, os meus órgãos genitais. Sai do chão como um saci, me equilibrando numa perna só e urrando de dor. Gritei: Chico, seu filho de uma vaca, vou te matar. E saí  correndo atrás dele, com o povão sorrindo, sem entender nada do que estava acontecendo”

O Chico começara a ser roupeiro no Fluminense, em 1965, levado pelo médico  Arnaldo Santiago. Em 68, outro médico,  o Luiz Leão, o levou para o Vasco, paa ficar campeão carioca, em 1970. Depois,  foi o primeiro massagista do Volta Redonda (fundado em 1976), indicado pelo presidente da CBD (antiga Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF), o almirante Heleno Nunes,  e elogiado pelos ex-treinadores vascaínos Paulinho de Almeida e Flávio Costa.

Em 1982, ele foi para o Sharjah, dos Emirados Árabes, foi campeão, em 1983, e ficou por lá até 1985. Em 1986, o técnico João Francisco o apresentou a Abel ex-ponta do Santos, e Chico foi para o Schamal, do Catar, campeão da 2ª divisão. Depois, andou por clube e seleção do Catar, até 1994, campeão da Ásia
com o técnico brasileiro Dino Sani. Parou em 1994.

Nos tempos de Voltaço, segundo Valdir, seu amigo Chico usava suas horas vagas como massagista de madames e pintor paisagísticas. “Chegou a vender 24 quadros na carioca Praça Brasil e, mais tarde, negociou colocação de placas de publicidade do Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda: “Ele  visitava comerciantes torcedores do time, passava-lhes a conversa e vendia os “outdoors”, que ele mesmo pintava e expunha à beira do gramado”. 

Valeu Valdir, bela história.

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