Empresário e bombeiro são suspeitos de envolvimento em desocupação que terminou com morte de mulher em Fortaleza


Polícia apreendeu armas, documentos e aparelhos eletrônicos durante o cumprimento de mandados contra os investigados. Homens encapuzados foram presos após desocupação que terminou com morte de mulher em Fortaleza.
Reprodução
Um empresário do ramo da segurança e um bombeiro militar são investigados por suspeita de envolvimento na desocupação de um terreno que terminou com uma mulher morta Bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza, na última terça-feira (10). A ação resultou na morte Ana Mayane dos Reis Severino, de 28 anos, com um tiro no peito.
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No dia do ocorrido, três homens encapuzados foram capturados em um carro particular. A polícia não confirmou se o empresário e o bombeiro estavam entre esses detidos, que foram ouvidos e liberados. A morte da moradora gerou protestos da população, que atacou ônibus e fez barricadas na região.
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Em andamento com as investigações sobre o caso, a Polícia Civil cumpriu, na quinta-feira (12), quatro mandados de busca e apreensão na capital e na cidade de Maracanaú, na Região Metropolitana, em endereços de suspeitos que estão sendo investigados por envolvimento na desocupação. Na ação foram apreendidas duas armas de fogo, documentos, aparelhos celulares e um notebook.
De acordo com a polícia, durante os trabalhos um homem foi preso em posse de uma das armas de fogo apreendidas. Ele foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e a participação dele em crimes será investigada.
Empresa diz que desocupação de terreno em Fortaleza foi acompanhada por policiais; Polícia Militar nega
Thiago Gadelha/SVM
“O material será periciado e subsidiarão as investigações. As armas também passarão por perícia e microcomparação balística”, disse a Polícia Civil.
As investigações estão sendo conduzidas pela 4º Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) com apoio do 1º Distrito Policial (DP).
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Em nota enviada ao g1, a empresa têxtil Fiotex, proprietária do terreno onde estava o acampamento desocupado, afirmou que no final da tarde da última sexta-feira (6), foi oficiada pela Polícia Militar que seu terreno no Bairro Carlito Pamplona estava sendo alvo de demarcação irregular.
Segundo a empresa, no mesmo dia foi registrado um boletim de ocorrência no 34º Distrito Policial e na madrugada de terça-feira adotou as medidas para cessar a demarcação ilegal.
“Não havia moradores no terreno. A ação foi testemunhada por policiais militares e ocorreu de forma pacífica por quase duas horas. A equipe foi surpreendida por agressores vindos de fora do terreno, arremessando pedras, ateando fogo e realizando disparos contra todos que se encontravam no local e seus arredores. […] A Fiotex não compactua com atos de violência. A empresa está à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações e se solidariza com a família da vendedora Mayane Lima e com todas as outras vítimas.”, informou a Fiotex.
Empresa dona do terreno diz que Polícia Militar acompanhou desocupação, mas corporação nega.
Thiago Gadelha/ SVM
Ainda conforme a Fiotex, um trator utilizado na ação foi destruído e incendiado, e dois colaboradores ficaram feridos.
A Polícia Militar disse que, sob a perspectiva das ações preventivas de segurança pública, oficiou a empresa proprietária do terreno que o mesmo estaria sendo alvo de demarcações irregulares, bem como orientou como a empresa proceder em caso de solicitação de medidas judiciais, portanto, legais.
Porém, a corporação negou ter acompanhado a operação de desocupação e disse que os agentes foram enviados ao local após serem chamados para a ocorrência, já no período da manhã.
“Quanto à possibilidade da presença de viaturas e/ou policiais militares no local, anteriormente ao acionamento da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), na manhã desta terça-feira (10), os fatos serão averiguados por meio do procedimento pertinente”, falou a Polícia Militar.
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