Denúncia da PGR sobre trama golpista atinge 23 militares, incluindo 7 generais

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CÉZAR FEITOZA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

A denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) pela trama golpista liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atinge 23 militares das Forças Armadas -incluindo sete oficiais-generais e ex-comandantes.
Estão entre os denunciados os ex-comandantes da Marinha, Almir Garnier, e do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, além de generais quatro estrelas do topo do Exército, como Augusto Heleno, Braga Netto e Estevam Theophilo.

Apesar do envolvimento de militares de altas patentes, o procurador-geral Paulo Gonet afirmou que o Exército foi “vítima” da trama golpista.

“É de ser observado que o próprio Exército foi vítima da conspirata. A sua participação no golpe foi objeto de constante procura e provocação por parte dos denunciados. Os oficiais generais que resistiram às instâncias dos sediciosos sofreram sistemática e insidiosa campanha pública de ataques pessoais, que foram dirigidos até mesmo a familiares”, diz Gonet na denúncia.

Confira a lista dos militares denunciados.

Capitão reformado Ailton Gonçalves Moraes Barros

É denunciado pela PGR como um dos responsáveis pela estratégia de desinformação sobre o processo eleitoral. É ainda umas das pessoas que pressionavam os chefes das Forças Armadas a aderir ao golpe.

Almirante da reserva Almir Garnier Santos

Comandante da Marinha no fim do governo Bolsonaro, é denunciado por supostamente apoiar as conspirações e colocar à disposição tropas para o golpe de Estado.
Major da reserva Angelo Martins Denicoli

É apontado pela PGR como um dos integrantes do grupo que espalhava desinformação sobre o processo eleitoral.

General da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira

Ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), é denunciado pelo “direcionamento estratégico” da organização criminosa. Heleno é citado como um dos conselheiros de Bolsonaro na trama golpista.

Coronel Bernardo Romão Correa Netto

É citado pela PGR como um dos militares da ativa responsáveis por promover ações táticas para convencer e pressionar o Alto Comando do Exército a apoiar o golpe de Estado.
Coronel Cleverson Ney Magalhães

Ex-assistente do general Estevam Theophilo, teria participado de discussões sobre a adesão militar ao golpe.

General da reserva Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira

Era chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército no fim de 2022. Segundo a PGR, teria anuído com o golpe de Estado.

Coronel Fabrício Moreira de Bastos

É denunciado pela PF por supostamente fazer parte de um grupo que tentava incitar o Alto Comando do Exército a aderir aos planos golpistas.

Subtenente Giancarlo Gomes Rodrigues

Integrava a Abin paralela, segundo a PGR, realizando monitoramento de opositores políticos de Bolsonaro pelo sistema FirstMile.

Tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida

É apontado pela PGR como um dos membros do grupo que espalhava desinformação sobre as urnas eletrônicas.

Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima

Segundo a PGR, o militar liderou ações de campo para monitorar e neutralizar autoridades públicas.
Capitão reformado Jair Messias Bolsonaro

Ex-presidente da República, é denunciado como líder da organização criminosa que planejou um golpe de Estado após a sua derrota para Lula (PT) na disputa presidencial de 2022.

Coronel da reserva Marcelo Costa Câmara

É citado na denúncia como um dos líderes do monitoramento de autoridades públicas no âmbito da trama golpista.

General da reserva Mario Fernandes

É apontado como o autor do plano para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. Também fez pressão para o ex-comandante do Exército apoiar os planos golpistas e aconselhou Bolsonaro nas conspirações.

Tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid

É apontado como membro do núcleo crucial da organização criminosa, atuando como porta-voz de Bolsonaro. Pode ter as penas reduzidas, em eventual condenação, por ter assinado acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal.

General Nilton Diniz Rodrigues

Era assistente do então comandante do Exército, general Freire Gomes. Com apenas três citações na denúncia, ele é apontado como um dos militares que tentavam convencer o Alto Comando do Exército a dar um golpe de Estado.

General da reserva Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

Ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército, é apontado como um dos líderes militares que apoiaram as conspirações contra Lula. O general ainda pressionou, segundo a PGR, os chefes das Forças Armadas a aderir aos planos golpistas.

Tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira

É apontado como um dos responsáveis pelo monitoramento do ministro do STF Alexandre de Moraes e líder do grupo que teria tentado matar autoridades no fim de 2022.

Coronel da reserva Reginaldo Vieira de Abreu

Segundo a denúncia, o militar tentou manipular o relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas, com informações falsas.

Tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo

É um dos militares que teriam planejado o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, segundo a denúncia.

Tenente-coronel Ronald Ferreira de Araujo Junior

Teria participado de conversas sobre investidas golpistas para pressionar o Alto Comando do Exército a favor do golpe de Estado.

Tenente-coronel Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros

Teria disseminado informações falsas sobre o sistema eleitoral e participado de discussões para estimular apoio militar ao golpe.

General da reserva Walter Souza Braga Netto

É citado pela PGR como um dos integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro que integrava o núcleo crucial da organização criminosa que planejou o golpe de Estado. Um dos responsáveis por pressionar os chefes militares contrários às conspirações.

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